REVOLUÇÃO ANÁRQUICA ESPIRITUALISTA

Recentemente convidamos todos a participar de uma revolução anárquica espiritualista. Com isso nos tornamos responsáveis por todos aqueles que aceitarem o convite. Por isso precisamos ajudá-los na identificação dos alvos e na mira perfeita. Só assim eles poderão vencer essa batalha e viverem uma existência em paz, harmonia e felicidade

É isso que vamos fazer nesse blog. Em cada postagem um alvo e uma munição para vencer a batalha contra o mundo.


sábado, 30 de março de 2019

A FRAGILIDADE DO SER HUMAN0


Participante: se a forma de viver está relacionado à consciência, como fica a sinceridade do nosso coração para alcançarmos a nossa evolução? Está relacionada à fé?

Volto a repetir: coração para vocês é o músculo que bombeia o sangue. Só isso.
Vocês não têm coração no sentido de sentimentos. Sabe por quê? Porque amam só aquele que lhes amam, aquele que os acha certo, gostam daqueles que puxam o saco, gostam da comida pelo sabor ela tem. Cadê coração nisso? É tudo razão.
É a razão que lhe diz para amar fulano porque ele é muito bom. Não foi o coração que lhe disse isso.
Portanto, esqueça coração. Não dá para trabalhá-lo: só dá para trabalhar a razão. Isso porque a razão cria a realidade.
Eu não sei se alguém aqui já passou por isso, mas tomem uma pancada na cabeça. Vocês não saberão mais quem são, o que fizeram antes, o que vão fazer depois, o que pensavam, nada. Ou seja, apagando a sua razão, você deixa de ser quem é.
Tem um filme chamado “Quem Somos Nós”. Nele os cientistas dizem assim: se ligar um terminal de computador à mente de um ser humano e inserir os dados no computador, ele vai ser o que o computador disser que tem que ser.
Ora, se você é tão frágil, se uma pancada ou um computador, pode leva-lo a deixar de ser quem é, vai se preocupar com o que?

O QUE ESPERAR DO CÉU


Participante: sabe, penso que estou aqui numa grande viagem. Estou de primeira classe porque sou filha de Deus. Meu DNA é Deus nosso autor. O que mais preciso?

Achar Deus, saber quem é Ele de verdade.
Estou dizendo isso porque se acha que Deus só vai lhe dar passeios de primeira classe, não O conhece. Achando que Ele é bonzinho, humanitário e que ama os outros, não conhece o Pai. Você conhece um deus que criou a partir do que lhe ensinaram. Esse não é o Senhor. Nada mais é que uma projeção onde busca a satisfação das suas vontades, a realização dos seus desejos.
Deixe-me fazer uma pergunta. Quem disse que o céu é tão bom assim? Ou melhor, já reparou que todo mundo acha que o céu é bom e o inferno é ruim? Apesar disso, preferem durante a vida viver no inferno do que no Céu.

Participante: como assim?

Durante a vida vocês gostam de uma rodinha para conversar, gostam da esposa, da namorada, de viajar, passear, se divertir. Sabia que essas coisas só existem no inferno? No céu não tem nada disso. Tem introspecção, silêncio, oração, etc. .
Os benefícios que o atrai para o céu (lindos jardins, vida em família) são benefícios que ‘venderam’ aqueles que querem que vocês permaneçam no mundo dos devas.
Sabe, vocês projetam o céu a partir daquilo que gostam. É por isso que existem as cidades espirituais, os lugares espirituais (tipo matas, florestas, jardins, etc.). Elas foram feitas por seres humanizados para aqueles que ainda são apegados às coisas desse mundo.
Sabe por que o mundo dos devas tem isso? Para que os iguais se juntem. Quem gosta de uma boate, vai para uma cidade espiritual que tenha uma e dançará a noite toda, pois é disso que gosta. Só que esse lugar não é o céu.
O céu é um lugar angélico. A música celestial não tem nada a ver com a de vocês. A atividade dos espíritos libertos da materialidade no céu não tem relação com as coisas humanas. Se gosta das coisas mundanas é para lá que vai.
Portanto, não confie tanto nessa viagem de primeira classe, pois a classe que tem o que você gosta e acha maravilhoso está no porão. 

sexta-feira, 29 de março de 2019

SER LESADO


Participante: fiz um trabalho de tradução e não recebi nada. Isso é carma então? O ego quer que eu cobre, mas não atendi.

O carma não é a situação, mas você sentir-se lesada. Agora, via cobrar ou não, já é outro carma. Não é você que decidir o que fazer. O seu ego irá criar a ação e gerará uma sensação compatível com ela. Nesse momento poderá agir: viver ou não o que é proposto emocionalmente.

Participante: mas Joaquim como é que é? Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come.


Sim! Se for foi, se não for não foi. Não é lamentar não ter ido ou vangloriar-se de ter.
É isso que estou dizendo. O momento que foi contratada é um carma. Ele será vivenciado com uma emoção gerada pela mente humana a qual não deve se apegar.  O momento que você fez o serviço é outro. Foi uma provação diferente. O momento da entrega foi outro diferente. Aquele que não recebeu, foi outra prova. Agora quando está se lembrando disso, está vivendo nova provação. Em nenhum deles houve uma ação física sua. Apenas houve a oportunidade de viver as emoções geradas pela mente ou não.
Aproveitou esses momentos para aproximar-se de Deus? Acho que não, porque estava preocupada com o que ia fazer fisicamente.
Apesar de estar respondendo, acho que estou chovendo no molhado.  Você já participou de um trabalho espiritual onde todo cenário do mundo espiritual chamado umbral foi decomposto na sua frente e os espíritos que ali estavam, sem saírem do lugar viram o paraíso. Por ter vivenciado isso deveria entender que o umbral, assim como toda ação material, é simplesmente uma projeção mental que vale como carma.

Participante: mas preciso de dinheiro.


Porque se preocupa com o que vai vestir?  Deus, que vestiu as flores com roupas mais bonitas que Salomão jamais um dia teve, lhe vestirá também. Porque está preocupada com o que vai comer? Deus que alimenta os animais não vai se esquecer de você. Palavras de Cristo, um mestre que você diz seguir.
Não estou dizendo que não possa ter o dinheiro. Estou falando que não deve se preocupar com ele. É bem diferente.

ANIMISMO


Participante: e o animismo?

Animismo é algo que não existe. Por quê? Porque não existe mente.
Mente é uma personalidade transitória à qual o espírito se liga para viver uma encarnação. Mente é o diabo, o tentador. É aquele que propõe a prova do espírito. Por isso, só age junto ao ser e não traz reflexos para o mundo externo.
Vou dar um exemplo para que possa entender melhor o que estou dizendo. Cristo nos ensinou que não devemos julgar os outros. Durante a encarnação, a mente à qual um ser está ligado julga alguém. Quando isso acontece, acontece uma provação: o ser irá acreditar na mente, ou seja, achará que aquele julgamento é verdadeiro, ou ficará firme nos ensinamentos do mestre para poder aproximar-se de Deus?
Por isso não pode haver animismo. O raciocínio de cada ser humanizado é gerado somente como instrumento da prova e não como realizador de ações para o mundo externo.
Esse aspecto do pensamento é dito claramente em O Livro dos Espíritos. Lá é perguntado se o há um espírito desencarnado que dá o pensamento a quem está na carne. A resposta a essa questão é: sim, frequentemente é o ser desencarnado que dá o pensamento àquele que está vivendo uma encarnação. Sendo assim, se houve um animismo, esse foi causado por espíritos fora da carne.
Como o termo animismo é aplicado à possibilidade do próprio espírito encarnado usar de um processo mental individual para influir na atividade mediúnica, não posso dizer que houve um animismo nunca.
Se o ser humanizado não pensa, se não possui uma atividade mental, não há como fazer animismo. O que acontecer sempre será gerado por um espírito fora da carne e não pelo próprio médium.

SUPERIORIDADE


Para seguir Jesus é necessário mais do que acabar com os desníveis espirituais criados pelas figuras que o espírito ocupa: é necessário que vejamos todos como iguais.
Nenhum espírito pode ser superior a outro, pois isso ofende a Justiça de Deus. Por isso afirmo que ninguém pode sentir-se superior ao bandido, sequestrador ou assassino.
Achar-se superior aos demais irmãos de caminhada, não importando o que fazem, é achar que Deus esqueceu de alguém e por isso o tornou inferior. É acusá-Lo de causar injustiças, de fazer coisas que não merecíamos receber.
Caminhar com a cruz no caminho do amor é saber que todas as coisas que acontecem são necessárias e merecidas. Enquanto achar que não mereceu os acontecimentos, estará se colocando em superioridade aos outros espíritos.

FLEXÍVEL COMO O BAMBU


Participante: sobre isso que o senhor falou, as vezes me vem à reflexão de que quanto mais conseguir ser flexível com aquilo que penso, mais armas terei para lutar contra o sofrimento, não é? Hoje posso me dar o direito de acreditar em uma coisa, amanhã acreditar em outra. Isso não importa, não é mesmo?

Não se trata de lhe dar esse direito; você já o tem. 
Não é você que está se dando esse direito agora. Sempre teve o direito de acreditar no que quiser. Por isso dou um conselho: dentro de tudo o que pode acreditar, procure crer naquilo que for melhor para você.

Participante: não importa no que acredito, pois a gente não vai saber o que é verdade mesmo, não é?

Perfeito. Mas, aí é que surge um grande problema para os buscadores. A grande maioria ainda acredita que há uma verdade a ser alcançada, mas não há verdade para ser alcançada.
Deixe-me lhe fazer uma pergunta. Você falou algo interessante: ser como o bambu. Se desse um vento muito forte num bambuzal, o que cairia primeiro: a árvore grossa ou o bambu fininho?

Participante: a árvore.

Exato. O bambu enverga e volta; a árvore cai e não volta mais.
Saiba de uma coisa; quanto mais enraizado estiver num solo, ou seja, quanto mais certo das suas verdades estiver, menos flexível será. Nesse caso, quando viver uma tempestade estará pronto para cair. Por isso digo: seja flexível.
Ser flexível é isso: não ter um caminho, não ter uma obrigação, não ter uma verdade absoluta. Quem busca a felicidade sendo um bambu tem um monte de elementos que pode usar na hora que usar, na hora que lembrar de usar, e não uma série de verdades das quais não abre mão. Ele é assim porque não quer ser sábio, mas sim conseguir a paz.
Isso é o processo de elevação espiritual. O resto? É conversa para boi dormir.

quinta-feira, 28 de março de 2019

EGO X ESPÍRITO

Participante: e quando o ego é tão potente que é mais forte do que nós. Qual é a saída para lutar?

Não existe ego forte: existe espírito fraco. Não há ego que domine: existe espírito que se deixa dominar.

Participante: que seja. Qual a saída na prática?

A saída na prática é o orai e vigiai que Cristo ensinou.

Nota: Em ensinamento antigo foi nos trazido que o orai é manter-se em relação amorosa estreita com Deus e a vigilância deve ser exercida sobre os pensamentos para não deixar que eles quebrem esta relação.

Participante: se mesmo assim não se consegue?

É porque a oração e a vigilância estão fracas, ou seja, porque elas estão centradas no ser humano e não na sua realidade espiritual: ser universal. Se estivessem centradas na sua Realidade, você estaria em união com Deus, que é o centro do Universo para todo espírito; se estivesse vigilante, suas “defesas” jamais seriam quebradas.
Portanto, se acha que o seu ego é muito forte e lhe subjuga sempre, tenha uma auto defesa à altura do seu “inimigo”, ou seja, esteja mais vigilante na sua busca espiritual e concentre-se mais em Deus e na existência espiritual, ao invés de se preocupar com o “destino” e a felicidade do ser humanizado.
Veja bem: se você imagina que o seu ego é muito forte, precisa ter um exército a altura dele para defender a sua “cidade”. Portanto, precisa estar sempre em contato com os ensinamentos de auto defesa do espírito para fortalecer a sua guarda.
Agora, fazendo isto ou não, lhe garanto que todos os espíritos humanizados têm condições de vencer o seu ego. Por que posso garantir que todos os seres humanizados têm condição de vencer o seu ego?

Participante: porque o senhor conhece a Verdade.

Não; eu não sou o “santo” ou o sábio (espírito muito evoluído) que vocês imaginam. A resposta é mais simples: porque estão encarnados, porque estão ligados a uma mente.
Vocês sabem, mas se esquecem, ou melhor, o ego não lhes deixa ver isto: o estar neste estágio da elevação espiritual (vida encarnada) aconteceu apenas porque anteriormente, na vida espiritual, se julgaram prontos para trabalhar pela reforma íntima. Mais do que achavam: Deus confirmou que estavam prontos quando disse: “vá lá, meu filho e faça”. Só depois disso você “nasceu”.
Se não estivesse preparado para a batalha da elevação espiritual Deus não deixaria você vir para a encarnação. Para que deixar? Para contrair mais dívidas? Não, o Pai ama seus filhos e não os deixaria “sofrer” à toa.
Além disso, nem você como espírito, de posse da sua consciência espiritual, se deixaria seduzir pela tentação de elevar-se sem estar preparado. Não seria bobo de assim agir sabendo o quanto custa ao espírito a derrota em uma encarnação.
Portanto, todos que hoje estão ligados a egos estão prontos para colocar em prática o controle da mente: isto eu garanto. Senão não estaria encarnado.

Participante: por que, então, noventa por cento dos espíritos humanizados não conseguem a elevação espiritual?

Não é noventa por cento, mas noventa e nove vírgula nove por cento dos espíritos humanizados não conseguem a elevação espiritual, apesar de estarem todos prontos para isso.
Por quê? Porque vivem para o ego, submissos às realidades criadas pela mente, a começar pela visão sobre si mesmo.

quarta-feira, 27 de março de 2019

INCENSO


Participante: o incenso funciona para afastar maus espíritos? 

Não.
Respondo assim porque em O Livro dos Espíritos é dito que os espíritos se aproximam ou se afastam uns dos outros por afinidade espiritual. Havendo essa afinidade, nenhuma outra coisa poderá afastar esses espíritos.
Então, se acende um incenso, mas mantém um determinado padrão vibracional, os espíritos ficarão ao seu lado. O incenso jamais irá afastá-los, pois eles não têm medo de fumaça. A única coisa que resolve para isso é manter um padrão vibracional de acordo diferente do que está acostumado a ter.
Agora, para os egos esta ideia é interessante. Acreditando que os espíritos se afastam com a utilização do incenso não precisam mudar-se.

Participante: qual é, então, o significado dessa crença que é popular no mundo humano? 

Uma prova.
Estamos afirmando há muito tempo que tudo o que vivencia racionalmente é um carma, uma prova. É uma prova para ver se você espera uma mágica do mundo espiritual sem que tenha que fazer algo por si mesmo.
Posse da verdade.

Participante: mas, não têm espíritos encarnados e desencarnados que precisam dessa ilusão (acender um incenso) para imaginar que estão reagindo de uma forma?

Sim, existem.
Há espíritos que precisam vivenciar essa realidade, mas não como verdade, realidade. Precisam vivenciar a existência de um incenso como prova.
O ato de acender um incenso é uma provação para o encarnado e o desencarnado. É uma prova para aquele que confia no incenso e acha que ele irá resolver o problema. Quem responde assim a essa prova, não está amando a Deus acima de todas as coisas e nem o próximo como a si mesmo.
Portanto, existem espíritos que precisam da queima do incenso, mas como oportunidade para desenvolver a sua libertação do eu, das provas.

DESPOSSUIR O EU

Participante: tenho medo de despossuir tudo. Pelo que vocês falam isso é tudo que é necessário para a evolução espiritual. Imagino que se despossuir o ego, eu acabo. Tenho ouvido falar muito que não há mais tempo para a reforma. Não tenho medo do que pode acontecer, mas sim de deixar de existir e perder os sonhos. Isso é autodefesa? 

Vou contar um caso de uma pessoa de nosso grupo para responder.
Uma pessoa uma vez estava participando de um trabalho de despossuir em grupo. Orientadas, as pessoas do grupo buscavam ir despossuindo todas as coisas. O orientador ia falando coisas e as pessoas iam jogando fora algumas posses. 
Estava indo tudo muito bem quando o orientador disse que os participantes deviam jogar fora eles mesmo... Nesse momento essa pessoa deixou de fazer o exercício. 
Sabe o que ela me contou: ‘quando ele disse para jogar eu mesmo fora, vi tudo preto e voltei correndo’...  Sabe por que agiu assim? Porque vocês têm medo de se atirar no desconhecido... 
O despossuir necessário para a elevação espiritual tem que ser inclusive de você mesmo. Mas, para que faça isso você não pode ter medo de se lançar no vazio... 
Vocês são como a gota d’água de um rio que sabe que um dia terá que chegar no oceano e se diluir no mar. Elas se dissolvem porque não possuem raciocínio, mas vocês que possuem querem se jogar no rio dentro de sacolas plásticas para não se misturarem ao oceano. 

sexta-feira, 22 de março de 2019

O CÉU E O INFERNO


Participante: Há possibilidade de acontecer o que vemos em filmes apocalípticos, olho por olho dente por dente?

Pode e vai acontecer. Agora, isso deve lhe assustar? Não. Entregue-se a Deus que não acontecerá nada com você. É isso que falamos.

Participante: Mas, como instalar um mundo de Regeneração em um mundo assim, onde se matam por água, comida, petróleo.

Será um mundo onde matará quem merece matar e morrerá quem merece morrer. 
Vou contar de novo uma história para vocês aprenderem o que estou dizendo. Um moço morreu e ao chegar ao reino dos céus São Pedro disse que ele poderia escolher entre o céu ou o inferno. Bem humano, este homem pediu para ver como era cada um para poder escolher.
Primeiro foi ao inferno. Chegando lá encontrou uma multidão em volta de um caldeirão com uma colher muito comprida. Por causa do tamanho desta colher eles não conseguiam alcançar a própria boca. Por isso brigavam entre si por mais espaço para levar a colher à boca.
Depois foi ao céu. Lá chegando viu uma multidão em volta de um caldeirão com uma colher muito comprida cada um para se alimentar. A diferença era que no inferno eles brigavam, mas no céu todos estavam em paz.
Porque isso acontecia se no inferno e no céu a cena era a mesma? Porque no céu, ao invés de se servir, cada um dava comida ao outro. Dessa forma, todos se serviam e não precisava haver disputa para poder ter alguma coisa.
Na transição entre os dois mundos aquele que serve ao próximo vai para a Regeneração; já aquele que quer servir a si mesmo não conseguirá o seu intento. Por isso precisará recomeçar o aprendizado em outro planeta.
Todo o poder vai cair nos próximos anos. Todo aquele que acha que detém o poder de ter, fazer, ser cairá, pois no novo mundo todos compartilharão tudo.
O resultado perfeito da prova do espírito encarnado é entregar sua vida nas mãos de Deus. ‘Que seja feita a Vossa vontade, assim na terra como no céu e não a minha’: não foi isso que Jesus ensinou? Só que vocês querem fazer as suas vontades ao invés de aceitarem o que o Pai dá. Querem que tudo seja como querem.
Na verdade, apesar de Cristo ter ditado a oração, vocês rezam na verdade assim: ‘faça a minha vontade aqui na terra e quando eu chegar aí no céu espero que o Senhor tenha tudo arrumadinho como eu gosto, pois quem manda no universo, quem pode dizer o que é certo ou errado sou eu’. Não é assim que vocês vivem? Entregar o poder, se submeter a Deus, isso não querem fazer.
Portanto, a primeira coisa que será quebrada no mundo todo é o poder. O poder de todos que se acham com qualquer poder. Para permanecer neste mundo, cada um que se acha rei de um país chamado ‘eu e minha vida’ entregará o seu tesouro e o seu comando a Deus. Quem não entregar, não conseguirá ficar aqui: terá que ir para outro planeta.

FICAR FRIO


Participante: concordo que precisamos saber que o que está acontecendo é obra de Deus, mas, ao mesmo tempo, não devemos ser frios com o que acontece, não é mesmo?

Você diz que não quer ser frio. Depreendo, então, que quer ser quente? Mas, o que você chama de ser frio com as coisas, ou seja, não ser quente? Será que o frio é aquele que não tem raiva daqueles que mataram? É aquele que não sofre porque a pobre da criança levou um tiro? Se é isso, eu aconselho que seja frio para poder fazer o que Cristo ensinou.
O que não entende é que para ser quente, ou seja, revoltar-se contra os que mataram e sofrer pelos que morreram você julgou. Se isso aconteceu, é sinal de que espiritualmente você não está no caminho de Deus, do amor universal, pois não cumpriu o ensinamento de Cristo.
Além do mais, quando se é quente, ou seja, se reage contra o que aconteceu com outra coisa que não seja o amor a todos e a tudo, nós estamos no inferno. Digo isso porque é com esta temperatura que vocês simbolizam o inferno. Por isso prefiro ser frio, pois desta forma estarei no céu.
O que estou falando é de viver o verdadeiro amor com relação aos espíritos que desencarnaram, ao invés de viver o falso amor que vocês vivem. Este, de nada vale, nada faz realmente pelos outros. Vou explicar isso.
Digamos que você não goste de jiló. Acontece que onde você está não há mais nada a comer, a não ser um prato de jiló que foi colocado à sua frente. Como está com fome, tem que comer que comer o que está na sua frente, mas faz isso com sofrimento. Só que no momento em que você está acabando de comer aquilo que não gosta, que não lhe traz felicidade, aparece uma pessoa e coloca mais no seu prato. Será que você ia gostar?
É a mesma coisa que acontece com o amor de vocês. O espírito que desencarnou, apesar de estar vivendo o seu carma, está em sofrimento, pois ainda não tem a consciência espiritual aflorada. Aí surge você e lhe leva mais sofrimento: ‘coitadinho de você, que pena, como foi lhe acontecer isso’! Falo assim porque sofrer com o sofrimento dos outros é a característica do amor que vocês sentem.
Agora me diga uma coisa: acha realmente que os espíritos desencarnados que lá estiveram para receber os que desencarnaram chegaram chorando? Claro que não. Eles estavam de braços abertos para receber os que voltavam ao lar em júbilo. Eles estavam em paz e transmitiam essa paz àqueles que retornavam à pátria espiritual, festejando que mais uma etapa da existência eterna daqueles seres havia sido vencida.
Agora, não acredite que os espíritos desencarnados fizeram isso apenas com aqueles que estavam vivendo nas formas crianças. Também os terroristas, aqueles que vocês condenam, foram recebidos da mesma forma. Assim como os espíritos das crianças, eles foram recebidos pelos mentores de braços abertos, pois eram filhos de Deus que estavam retornando à casa.
Portanto, se você não quer ser frio, ou seja, quer ser quente, seja da mesma forma que estes espíritos. Eles vivem o calor espiritual e não o humano, aquele que só sabe levar sofrimento para quem já está sofrendo.

CONTRARIEDADE


Participante: porque ao invés de nos contrariamos com os outro não nos perguntamos o que fizemos para ele agir desta forma?

Porque não estão preparados para viver. Só por isso. Se estivessem preparados para viver ao invés de dar créditos para tudo o que a mente cria, vocês não se preocupariam em querer saber porque aquilo está acontecendo e com isso não se deixariam dirigir pelas verdades que a mente cria.
Ter consciência dos valores que a vida dá ao que está acontecendo: é isso que estou chamando em observar a vida. Aquele que se prepara é quem ouve o que a vida diz, mas não aceita o que é dito. Ele vai além do que a vida está dizendo.

Participante: eu vivo assim ...

Se você vive, ótimo. Noventa e nove por cento das pessoas não vivem.

Participante: mas, nós não estamos aprendendo com o senhor a viver deste jeito há quatorze anos?
Sim e por isso já deveriam viver como você está falando. Mas, mais do que estarem aprendendo comigo, todos já sabem disso pela própria experiência de vida. Quantas vezes você já não perdeu uma amigo por conta de uma contrariedade que ele criou para depois ver que na verdade a culpa foi toda sua?


Portanto, se levasse em conta a prática da vida que já viveu, deveria viver de forma diferente que faz hoje, mas não consegue isso. Por quê? Porque não se prepara para viver estes momentos. Ao invés disso, se atira na vida.
O que é se atirar na vida? Viver o que a vida diz para viver. Atirar-se na vida é, quando ela acusar outro de ter escolhido de propósito uma toalha de cor que você não gosta, viver esta acusação.
Chamo isso de atirar-se na vida porque quem está dizendo estas coisas a respeito do outro é a vida e não você. Você só passa a falar alguma coisa, a expressar alguma opinião, quando aceita sem a menor restrição o que a vida cria para ser vivido.
Preparar-se para a vida é estar preparado para ir além do que a vida diz a respeito do que está acontecendo. É conversar com ela quando existe a criação de ideias sobre os acontecimentos. É ter argumentos para não deixar o que ela está criando lhe levar como uma onda que vem e lhe arrasta para o mar alto. Isso é preparar-se para a vida.

REFORMA ÍNTIMA: UMA REVOLUÇÃO ESPIRITUAL


A reforma íntima é o processo de transformação da percepção sobre as coisas, ou seja, a eliminação dos conceitos (individualismo), percebendo-as de uma forma universalista (ação de Deus sobre todas as coisas).
Se o mundo novo nasce individualmente através da reforma de cada um, isso deveria ser o objetivo da vida de cada ser encarnado. Infelizmente não é isso que acontece, mas exatamente o contrário.
Quando nasce, é um ser sem conceitos, pois não possui certo e errado para as coisas, não atribui valores às pessoas, não desgosta de nada. Dizemos que é assim porque não conhece nada e, dentro desse raciocínio, sentimo-nos na responsabilidade de transmitir os conhecimentos que possuímos.
Realmente o bebê não se lembra de nada da técnica de viver em uma carne. Como espírito que é, precisa ser relembrado sobre as coisas materiais do planeta que ficaram esquecidas desde a última encarnação.
Precisa ser alimentado para lembrar-se do alimento, precisa ser limpo para lembrar-se do asseio. No entanto, além de relembrá-lo dessas coisas, o ser humano vai mais além: ensina os seus próprios conceitos.
Além de alimentar o bebê, ensina que existe hora para isso. É a hora do almoço, da janta, do lanche. Para o ser humano, deve-se comer na hora que está determinado para comer. Mas, qual a hora de cada refeição?
Os povos possuem hábitos e costumes diferenciados. Alguns fazem uma primeira refeição reforçada e apenas se alimentam levemente no horário do almoço. Outros nada comem pela manhã, mas se empanturram no horário do almoço. Quem está certo?
Nenhum dos dois. Comer em determinado horário é um conceito, pois a verdadeira hora de se alimentar é quando existe a fome. Apesar dessa verdade ser conhecida, além de relembrar ao espírito recém encarnado sobre o alimento, o ser humano transmite o conceito de que existe uma hora certa para comer.
Inicialmente o bebê reclama dessa imposição que não é a sua verdade. A mãe tenta por todos os meios alimentar o filho naquele horário, mas ele não come. A mãe desespera-se, leva o filho ao médico, briga e obriga-o a comer na hora que ela quer.
Depois de determinado tempo o novo ser compreende que não tem mais condições de debater-se com a mãe e acaba incorporando o conceito que afirma que deve ter que comer na hora marcada.
Começa a nascer mais um ser humano a partir dos conceitos que são impostos, mas morre um espírito que está ligado nas coisas universais. Durante toda a primeira infância o recém encarnado passa por um processo de recebimento de conceitos, principalmente maternos e paternos, que vão se incorporando à sua memória, levando-o a esquecer da sua simplicidade.
Antes ainda do fim da primeira infância ele é conduzido à escola, onde encontra outros seres que possuem conceitos idênticos ou parecidos. Isso o leva definitivamente a esquecer a sua simplicidade. Aprende que a causa primária de todas as coisas é o processo científico que ocorre nas coisas.
Esse ser, agora humanizado, é distanciado do Universo e levado à individualidade pelo planeta. Aprende através de outros que tudo tem uma razão material de ser.
Com isto encerra seu processo de humanização. O espírito, que nasceu puro e simples, unido com a espiritualidade universal, agora é um ser conceituoso que acredita que a única verdade do Universo é aquilo que pode ver, ouvir ou pegar.
Quem transformou o ser universal em ser humano foram os mesmos homens que recorrem aos templos para buscar a sua felicidade. São os mesmos que dizem estar procurando sua universalização que individualizaram o ser universal.
Esse é o antagonismo em que vive o planeta. Os seres humanos após algum tempo, cansados de tanto lutar contra os desígnios de Deus para impor o que acham certo, ou errado, procuram na religião um amparo para as suas dores. Mas, esses mesmos seres ocupam-se em humanizar as crianças.
Os familiares que passaram a vida desejando realizarem-se profissionalmente e materialmente sem conseguir, esforçam-se agora para que o filho atinja o que não conseguiram. Não satisfeitos de terem sofrido com as suas próprias frustrações, criam conceitos nas crianças, o que acaba gerando frustração também para elas. Alunos que um dia questionaram nas escolas os ensinamentos que recebiam, sem obter nenhuma resposta, agora repetem para os seus alunos os mesmos conceitos. Foram obrigados a aceitar aquilo e agora obrigam o novo ser a também aceitar.
Podemos comparar esse processo com uma fábrica, cujo objetivo é fabricar seres humanos robotizados, ou seja, que repetem moral, física e sentimentalmente o que os mais velhos viveram. Para isso usam como matéria-prima o ser universal.
Mas, será que esses que agora fabricam o outro estão satisfeitos com a sua vida? Será que sentem-se plenos com a formação que tiveram? Acho que não, pois a grande maioria reclama da vida que tem.
A reforma íntima deve começar exatamente neste ponto. Se as pessoas estão desgostosas com o que são e vivem, para que fabricar seres humanos que um dia sofrerão com o que viverem? Não seria melhor deixá-los crescer em padrões diferentes?
Lembro de um caso que aconteceu. Uma pessoa me perguntou como criar a sua filha adolescente de modo que fosse feliz. Dei a seguinte orientação: lembra de tudo o que queria fazer quando adolescente e sua mãe não deixava? Deixe a sua filha fazer. Ela me disse que não podia fazer isso. E justificou: ‘agora eu sou mãe’.
Esse é o problema. Mesmo sofrendo por reflexo da criação que tivemos, não damos aos nossos filhos o direito de serem felizes, porque assumimos o papel de orientador deles.
Será que uma mãe se contentaria em alimentar seu filho apenas quando ele está com fome e não na hora que ela quer? Será que um pai conseguiria deixar o seu filho ficar sem estudar se assim ele o desejasse?
Pensar nessas coisas faz parte da reforma íntima. Não adianta apenas buscar a sua elevação. O ser precisa, também, respeitar o seu filho, não impingindo conceitos.
A reforma íntima não é um trabalho religioso, mas uma revolução que todos devem fazer em suas vidas. Por isso é preciso que cada um altere seu comportamento em todos os campos e não apenas na sua vida religiosa.
Não se conseguirá viver com paz, harmonia e felicidade apenas orando nos templos. Esse estado de espírito só será alcançado por aqueles que modificarem realmente suas vidas.
O trabalho que leva o ser a penetrar no novo mundo é a reforma de todos os momentos de sua vida.
Como já falamos em outras oportunidades, o novo tempo surgirá para cada um em momentos diferentes. Só que o período de implantação da alteração dos carmas já se iniciou. Por isso existem espíritos encarnando atualmente que não aceitam ser transformado pelos mais velhos.
Se a humanidade imagina que a juventude atual é rebelde, garanto que ficará espantada ao ver a nova que está chegando. Ela se colocará muito mais fortemente contra todos os poderes constituídos, a começar dos familiares.
A revolução do novo mundo será iniciada com a guerrilha contra a principal fonte de conceitos que transforma o ser: os pais. É por isso que Cristo ensina que veio para colocar pai contra filho e mãe contra filha. É por isto também que ele afirma: coitada da mulher que estiver grávida quando aquele dia chegar.
Esses mensageiros da nova ordem combaterão fortemente os conceitos dos mais velhos. Rebelar-se-ão contra horários, julgamentos, definições. Não serão, no entanto, rebeldes sem causa: encontrarão em Deus a explicação para todas as coisas do universo.
Esses guerrilheiros não levarão ao caos como podem pensar, mas sim a nova ordem universal: não haver ordem padronizada. Isso não gerará conflitos, pois todos os conflitos são gerados por aqueles que querem impor a sua ordem sobre os outros. Será a guerrilha para alcançar a paz e o amor, tão procurados por caminhos tortos pelos seres humanos.
Os guerrilheiros defenderão o ser universal exército dos seres humanos, os conceituosos. Eles não criarão um novo código de conduta obrigando todos a seguir, mas resguardarão para si o direito de serem felizes. Não descumprirão a lei de Deus, mas mostrarão que ela só é seguida quando se atinge a consciência do amor e não pela obrigação de respeitar os códigos de normas existentes no planeta.
Essa será a revolução que marcará os próximos cem anos do planeta Terra. É o período de transição entre o mundo dos conceitos e o mundo do amor a Deus acima de todas as coisas.
Portanto, é preciso que nos preparemos para o bombardeio aos nossos conceitos.

PARA QUEM ACREDITA EM NASCER, A MORTE É CERTA


26. Todavia, ó tu de braços poderosos! Se pensas que este ser a todo momento nasce e morre, mesmo assim não deverias afligir-te por isso.
27. Pois, para aquilo que nasce, a morte é certa e inevitável, e para o que morre, o renascimento é coisa certo. Não te lamentes, portanto, pelo que é inevitável. (Bhagavad Gita)


Estes dois textos nos levam novamente ao assunto morte.
Outro dia falamos desse tema a partir da visão espiritual (o ser não morre). Mas, vamos supor que existisse morte, vamos imaginar que existisse morte como os humanos querem que exista...
Por que evitá-la? Um dia todos morrerão inevitavelmente... Um dia todos deixarão de ser a identidade que estão vivendo hoje... Um dia todos sairão da carne, morrerão... Isso é inevitável.
A partir desta constatação da inevitabilidade da morte, faço três perguntas; para que se preocupar com isso, por que viver com medo dela, por que buscar atrasá-la?
Antes de continuar quero deixar bem claro que não estou falando em suicídio em massa. Não estou falando em adiantar a morte, mas em não querer atrasá-la...
De que adianta viver preocupado em atrasar a morte se, como já vimos em outros ensinamentos, você morrerá na hora que tiver que morrer.

“Assim, qualquer que seja o perigo que nos ameace, se a hora da morte ainda não chegou, não morreremos? Não; não perecerás e tens disso milhares de exemplos. Quando, porém, soe a hora da tua partida, nada poderá impedir que partas”. (o Livro dos Espíritos, pergunta 853a)

Então, não adianta lutar para afastar a morte para depois, porque você morrerá na hora que tiver que morrer. Não existe como adiar esta hora...
Além do mais, morrerá do jeito que Deus já sabia que ia morrer... Não adianta querer alterar isso...

“Deus sabe de antemão de que gênero será a morte do homem e muitas vezes o espírito também o sabe, por lhe ter sido revelado, quando escolheu tal ou qual existência”. (idem)

A partir destes ensinamentos, pergunto novamente: para que esta busca desesperada de fugir de uma coisa que tem data, hora e forma marcada? Para que o culto ao corpo se ele no melhor estado que esteja – vamos fingir que você possa melhorar o estado do corpo – no dia pré-acertado vai parar?
Volto a dizer: não estou dizendo para se entregar à morte, mas perguntando para que a preocupação com ela...
Imortalidade vocês sabem que não existe, não é mesmo? Então, por que esta busca e preocupação em estar saudável? Esta é uma pergunta que eu gostaria que respondessem, pois é esta busca que lhes faz sofrer. É o desespero e a angústia de querer a cada dia atrasar mais a morte que lhes faz sofrer...
Esta busca lhe cria um estado permanente de tensão... “Hoje tenho que fazer a minha caminhada; tenho que tomar meus remédios”... Por que isso? Será que se não caminhar hoje irá morrer amanhã do coração? Não irá, a não ser que o amanhã seja o dia pré-determinado para o coração parar. Mas, se for, de que adiantou caminhar hoje? Será que a sua caminhada pode mudar o que Deus, o Onisciente, já sabia?
É isso que Krishna está ensinando a Arjuna...
Volto a repetir: não estou dizendo que é para viver a vida buscando a morte, mas sim vivê-la livre da morte. É muito diferente...
Uma coisa é agir naturalmente, outra é agir obcecadamente em um sentido. A vida vivida em perseguição do estender a vida, além de ser sofrida, é – vou usar a palavra que Krishna usa – uma atitude idiota. Por quê? Porque a sua obsessão não acrescentará um segundo a sua vida...
Por isso Krishna incita Arjuna a ir lá e cumprir o seu dever devocional.

OBSTÁCULOS DA VIDA


Os obstáculos que aparecem na caminhada de um ser humano são chamados de problemas.
No caminho do espírito durante a vida material em busca do amor universal, ele cruza diversos tipos de terrenos. Existem os momentos onde facilmente consegue colocar em prática o amor: são os vales e planícies. Entretanto, existem momentos onde a prática se torna uma tarefa árdua: são as montanhas da vida.
Essas vicissitudes acontecem porque o espírito subordina a prática do amor universal aos desejos particulares. Por isso exige que os acontecimentos sejam como quer para que possa reagir a eles com o amor universal. Quando isso não ocorre, o espírito acha uma tarefa muito difícil escolher o sentimento de amor para reagir ao que está ocorrendo.
Os momentos fáceis são os vales e planícies, ou seja, quando tudo se desenrola satisfazendo os conceitos do ser. Aí é fácil amar. As montanhas são aqueles momentos onde seria necessária a doação da razão para que o amor fosse colocado em prática. Aí começa a dificuldade do ser humanizado ser feliz.
Quando surge uma adversidade o espírito afirma: ‘estou com problemas’. Por isso definimos problema como os acontecimentos onde o querer do espírito não acontece. Só que antes do problema (o querer não acontecer) o ser humanizado sofre por outra coisa: a aflição. Ela acontece pelo medo que o ser humanizado possui do seu querer não ser mais forte que os desígnios de Deus. Esses são os dois motivos de sofrimento de um espírito quando encarnado.
Ocorre que todos os acontecimentos da vida humana são colocados por Deus objetivando a evolução espiritual. O espírito sabe disso, mas quando se torna um humano busca a felicidade material colocando-a acima do real objetivo da sua vida carnal: provar a cada instante a Deus que é capaz de colocar em prática o amor universal.
Por isso, para que ele acabe com os problemas de sua vida é necessário que não tenha objetivos materiais, conceitos a serem satisfeitos. Quando conseguir eliminar todo o seu querer conseguirá aceitar os acontecimentos sem questionar. Entretanto, esse é um caminho que não se alcança de imediato: é preciso passar por alguns estágios antes de alcançá-lo.
A um desses estágios chamamos de “doação da razão”. Um ser que ainda tenha verdades individuais pode suplantar os problemas da vida, e assim ser feliz, doando a razão para o causador daquilo que não está de acordo com o que ele quer. Esse ser ainda desejará que o acontecimento se desenrole dentro do que quer, mas aceitará a forma como aconteceu. Ainda terá vontades, mas aprenderá a subordiná-las à Perfeição de Deus.
Por isso, dizemos que quando um espírito tiver suas vontades ameaçadas, deve doar a razão para quem as ameaçou. Ao imaginar um problema que tenha que resolver (mudar a verdade do outro), aceite o que este outro está dizendo ou fazendo, pois é Deus quem está comandando aquele ato.
O espírito que doa a razão não muda a sua verdade, mas encontra Deus por trás de todos os atos e busca a aceitação do Seu comando sobre as coisas. Ele continuará achando que deveria ser diferente, mas acata a decisão do Pai.
Entretanto, há mais um detalhe importante: esta forma de proceder não pode conter acusações.
Doar a razão é aceitar que uma forma diferente de agir o que uma crença não similar a sua, pode estar certa, mesmo que para você não esteja. Doar a razão não se trata de aceitação momentânea e, posteriormente, dar início a um processo crítico, mas de dar ao outro o direito de ser, estar e fazer o que quiser, sem que seja considerado errado.
Essa postura surge da consciência que ele só conseguirá fazer aquilo que Deus ordenar. Por isso, tudo que faz, mesmo que o ser não concorde, está Perfeito.
Quando o espírito agir dessa forma não mais sofrerá, não terá mais problemas nesse mundo. Assim, não terá que fazer maiores esforços para a sua caminhada. Estará avançando constantemente em terreno plano e não necessitará superar as íngremes montanhas que ele mesmo coloca na sua vida.

quinta-feira, 21 de março de 2019

O PREÇO DA FELICIDADE


Quem ama o seu pai ou a sua mãe mais do que ama a mim não merece ser meu seguidor. Quem ama o seu filho ou a sua filha mais do que ama a mim não merece ser meu seguidor. Não serve para ser meu seguidor quem não estiver pronto para morrer como eu vou morrer e me acompanhar. Quem procura os seus próprios interesses nunca terá a vida verdadeira; mas quem esquece a si mesmo, porque é meu seguidor, terá a vida verdadeira. (Mateus 10. 37 a 39)


Não conseguirá a felicidade qualquer um que não esteja disposto a pagar o preço por ela. Esse ensinamento é o ponto final de um estudo que fizemos – Construindo a felicidade: a felicidade tem um custo.
Qual é o custo dela? A libertação do ter que atender os seus interesses individuais. Esse é o preço da felicidade, porque ela só acontece quando o ser se libertar de ter atendido seus interesses individuais. Enquanto esperar atendimento a um interesse, sempre haverá sofrimento.

Participante: porque você coloca o interesse em detrimento a felicidade.

Acima da felicidade. Na verdade não é o interesse que coloca acima da felicidade, mas a satisfação do interesse.
Esse é o ponto que poucos falam: o custo da felicidade. Se não souber desse custo, se não estiver disposto a paga-lo, nem comece esse trabalho, porque vai se frustrar. Se acha que a felicidade vai existir ao mesmo tempo em que a satisfação do seu interesse, vai se frustrar, pois isso é impossível, pois para um ganhar, outro tem que perder.

Participante; para ser feliz terá que abrir mão do que gosta?

Não é abrir mão do que gosta, mas de exigir que o que gosta exista ou seja adorado pelos outros.
Você pode gostar do que quiser e ser feliz, desde que diga assim a si mesmo: ‘eu gosto daquilo, se tiver, tive; se não tiver, não tive’. Tem que ser equânime entre o conseguir e o não conseguir aquilo que gosta.
Então, pode gostar. Pode ter preferências e ser feliz. Só que para isso precisa abrir mão da exigência de que o que gosta suplante o que não gosta. Nesse momento vai encontrar a felicidade, a paz.
Enquanto continuar exigindo que o que gosta suplante o que não gosta, não vai ser feliz e estar em paz. Só será realmente feliz quando o seu gostar suplantar o seu desgostar.

Participante: não é possível servir a Deus e a Mamon ao mesmo tempo?

Não se serve a Deus e a matéria ao mesmo tempo. Não se serve a Deus e ao ego ao mesmo tempo.

Participante: é isso que queria falar. Isso é libertar-se do ego?

Libertar-se do que o ego produz.
Quantos pensam que libertar-se do ego é tornar-se outra pessoa, ser diferente do que é hoje. Não, não é isso! É libertar-se do que a mente produz.
Ela produz a necessidade de ser atendido para ser feliz. Você se liberta dessa necessidade e continua sendo a mesma pessoa, só que agora feliz e em paz.

Participante: não é mudar o ego, é não se identificar com ele?

Perfeito. É observar, ser o observador do ego, sem se identificar com ele. Assistir o filme tendo a consciência que a razão é o narrador do filme.

DISCÓRDIA


Mas, deixe-me aproveitar a sua pergunta e falar de uma coisa interessante: a discórdia.
Vocês humanos têm um dito popular muito interessante: quando um não quer, dois não brigam. Pois é, se você não receber o que a outra pessoa fala como algo que gere discórdia, jamais viverá isso.
Nenhuma situação de vida acontece por conta do que os outros fazem, mas sim porque há uma afirmação mental sua criando a realidade. Por isso, se não aceitar o valor de discórdia que a mente dá ao que o outro fala, jamais haverá discórdia.

Participante: viver assim não é fugir da realidade?


Não.
A discórdia não é real porque, na verdade, é o seu pensamento que está discordando daquela pessoa e não ela de você ou vice-versa. É a sua razão que diz que não concorda com o ponto de vista da pessoa que é diferente do seu.
Porque age assim? Porque, movido pelo egoísmo, quer que a outra pessoa aceite os conceitos que ele possui. Então, não há discórdia: o que há é uma não concordância que a mente, por ser egoísta, não aceita.
Veja bem. A discórdia que o seu pensamento diz existir no que a outra pessoa falou só aconteceu porque o que disse foi diferente dos conceitos que existem na sua razão. Ou seja, a ideia de que houve uma discórdia só foi possível por conta do egoísmo que existe na sua personalidade humana, da subordinação dela ao sistema humano de vida que diz que existe o certo a ser dito e que esse é o que ela acha que é.
Da parte da outra pessoa não houve discórdia. O que houve foi uma exposição dos conceitos dela. A ideia de por causa disso ter discordado nasceu dentro de você quando houve uma defesa de suas verdades. Se não houvesse a defesa, o que aconteceria? A pessoa falaria o que quisesse e a sua razão não sentiria uma discórdia naquele momento.
Sendo assim, quem está discordando de quem? Acho que é você dela e não ela de você, não é mesmo?
A vida é vivida por aquele que quer buscar a elevação espiritual sempre no relacionamento entre ele e o seu pensamento e nunca com as demais coisas do mundo. Quando a outra pessoa fala de uma forma que expresse uma aparente discordância de seus conceitos, ao invés de acreditar nos valores que a mente confere àquela pessoa, trabalhe o seu relacionamento com o que é pensado. Ao invés de acreditar na ideia gerada pelo pensamento que diz que ela está discordando, torne-se neutro com relação ao que a mente está falando, ou seja, não aceite o que o outro diz como um ataque às suas ideias. Para fazer isso deixe de ouvir e comece apenas a escutar.
Escutar é deixar o som penetrar por um ouvido; ouvir é acreditar na análise que a mente faz sobre o que foi dito por outras pessoas.  O problema é que vocês sempre querem agir, ou seja, querem reagir ao que o outro está fazendo.
Para aquele que busca a elevação espiritual a única ação que leva a algum lugar é aquela que é realizada no relacionamento com a mente e não com os outros. Por isso, para esses a única reação que serve como caminho para a reforma íntima é aquela que é executada com relação ao que o pensamento está dizendo. Por isto, concentra-se apenas em escutar o que é dito pela mente, ao invés de escutar o que o outro diz; concentra-se em reagir à propositura mental e não ao que está acontecendo externamente.
Isso você pode fazer, mas nunca através de um processo racional, ou seja, nunca terá pensamentos que alerte para que ouça apenas o que é dito pela mente. Por quê? Porque a mente é expressão do sistema humano de vida. Por esse motivo está presa na busca de um saber, de uma compreensão.
A função da mente é gerar novas verdades, novos conceitos. Por isso, sempre que algum som penetra pelo ouvido precisa analisa-lo e gerar conclusões. Essas conclusões transformam-se em novos conceitos que servirão no futuro para análise de novas coisas que serão ouvidas.
Repare: quando a mente conceitua uma pessoa, sempre usa esta informação para analisar o que fará futuramente. Quando é criado o rótulo de discordante para alguém, mesmo que no futuro essa pessoa venha a concordar com você, a concordância será posta em cheque. Isso porque o rótulo que foi aplicado antes será usado para conceituar a pessoa nesse momento. Chamamos a essa utilização de conceitos formados anteriormente de pré-conceito.
 Quando você aceita um pré-conceito, a mente arquiva na memória a informação aceita. Nesse momento se armou para mais tarde usar como munição para o egoísmo através das características do sistema humano de vida (normas, obrigações e necessidades) para acabar com a neutralidade. Se a mente pré conceituou alguém como amigo, por exemplo, elogiará suas atitudes; pré conceituando como discordante, tratará o que ela disser como um ataque aos seus conceitos. Você, que não se lembra da criação da formação do pré-conceito e que acredita na avaliação daquela pessoa, então, não terá como fugir da ação da mente. Ou seja, viverá o prazer ou a discordância que se seguirá ao que a mente afirmar.
Portanto, se quer conviver harmonicamente com a sua vida, no momento em que a mente disser que aquela pessoa está discordando não acredite nisso. Se fizer, além de viver esse momento em dissonância com a vida, transformará a afirmação em uma arma que será usada futuramente para ferir a sua harmonia.

terça-feira, 19 de março de 2019

ENFIAR GOELA ABAIXO


Participante: como agir quando tudo que expressamos é prontamente qualificado? Os outros querem nos enfiar goela abaixo o que pensam ou querem. Como agir neste caso?


Grande pergunta...
Como agir quando o outro quer lhe enfiar a verdade dele goela abaixo? Dando ao outro o direito de lhe enfiar a verdade dele. Dando a ele a liberdade de fazer isso com relação a você. Precisa fazer isso porque você acredita que todos possuem a liberdade irrestrita.
Apesar de dizer que acredita nisso, você ainda se revolta quando alguém quer lhe impor a verdade. Por que isso acontece? Porque mesmo sabendo que todos são livres, ainda acha que sabe a verdade das coisas.
A sua revolta nasce da sua crença de que sabe o que é verdadeiro. Acontece porque acredita que sabe mais do que os outros sobre o assunto que está em pauta naquela conversa. É por conta desta crença que acredita que eles não têm o direito de lhe impor a verdade deles. Acontece que eles têm si. Tanto tem que estão fazendo isso.
É o que estou dizendo hoje e há muito tempo: é preciso voltar-se para o mundo interno e analisar você mesmo para descobrir porque aquele acontecimento lhe causa sofrimento? Ao invés de me perguntar porque as pessoas se acham no direito de lhe impor suas verdades, volte-se para o seu mundo interno e busque o que dentro de você está gerando sofrimento por conta deste ato.
Disse que sua pergunta era muito boa e oportuna porque me dá a oportunidade de deixar aqui um conselho para vocês: ouçam a conversa que tivemos sobre espiritologia.

NOTA: o amigo espiritual refere-se aos arquivos de som rotulados como Espiritologia 1, já que os que receberam o título de Espiritologia 2 ainda não haviam sido gravados.

Nesta conversa falei sobre a árvore da vida, ou seja, das coisas que influenciam as consciências que têm sobre as coisas da vida. Lá disse que tudo o que lhe vêm à mente está fundamentado em posses, paixões e desejos. Não há nenhum pensamento que esteja desprovido destas coisas.
Sabe o que é uma posse? Aquilo que você possui, que quer comandar o destino. Temos três tipos de posses: a posse moral, que acontece quando você acredita saber a verdade das coisas, a posse sentimental, quando você acredita que algo é bom ou mal e a posse material, que é a crença que o objeto material é seu ou de qualquer pessoa.
Sabe o que é uma paixão? É o que você pensa sobre determinadas coisas. Por exemplo: alguém que você considera amigo. Ele é uma paixão que está ligada a uma pessoa sentimental, moral e material.
Sabe o que é um desejo? É aquilo que você deseja para as suas paixões. Ele existe, por exemplo, quando você quer que o seu amigo lhe compreenda sempre, que aceite tudo o que você diz como real, que faça aquilo que você espera que ele faça.
Sabendo de tudo isso, volte à sua pergunta que é a expressão de uma consciência com a qual vivencia determinados momentos. Porque você se sente mal quando alguém quer lhe empurrar garganta abaixo uma verdade? Porque possui uma posse moral. O que é a paixão nesta sua consciência? É a verdade que você acredita. A informação só leva o rótulo de verdade porque você possui uma paixão por ela. Onde está o desejo na sua consciência? Ele está camuflado na contrariedade pelo fato dos outros não aceitarem o que você diz. A contrariedade só surge porque você tem o desejo que todos aceitem a sua paixão como verdadeira e real.
Pronto, eis aí o que está por trás do pensamento que teve. Você não viu a presença da posse, da paixão e do desejo porque ao tê-la não se voltou para dentro e foi analisar o que estava sendo pensado. Se fizesse isso à luz dos ensinamentos que já conversamos, poderia naquele momento ter dado a liberdade para que o outro agisse do jeito que agiu e com isso não se contrariaria.
Vocês estão sempre muito preocupados com a parte do ensinamento que falo a cada encontro, mas há questões que levantamos antes que influenciam o que está sendo dito agora. Uma das coisas é a compreensão da formação dos pensamentos.
Usando o que já falamos anteriormente vocês compreenderiam porque se sentem mal quando alguém quer lhe empurrar alguma coisa garganta abaixo. Entenderiam porque se sentem mal quando alguém age desta forma; entenderiam como aquele raciocínio foi criado; e entenderiam porque na sua mente existe a ideia que aquela pessoa não deveria ter agido daquele jeito.
Disse que sua pergunta foi muito oportuna porque além de relembrar o ensinamento sobre a formação dos pensamentos, você me deu a oportunidade de justificar a forma como comecei nossa conversa de hoje. Lembram como comecei a conversa nesta noite?
Há algum tempo que não conversamos, não é mesmo? Sei que vocês sentiram minha falta, mas esta ausência foi importante. Isso porque, como já tinha dito, de nada adianta ficar apenas estudando se quando o livro é fechado tudo o que foi visto fica esquecido. É preciso entre cada estudo haver um tempo para se buscar colocar em prática aquilo que foi estudado”.
Pois é, você me deu a oportunidade de lembrá-los que está faltando a prática do que já foi ouvido para poder continuar ouvindo qualquer outra coisa.

O PRAZER SEXUAL E A ELEVAÇÃO ESPIRITUAL


Participante: e quanto ao prazer. Se ele é mesmo nocivo, como se comportar com relação ao sexo, já que somos espíritos e estes não tem sexo? Deveríamos viver em castidade? Não estou considerando sexo como necessário para a procriação.

No início de sua pergunta, você faz uma confusão entre prazer e o prazer sexual. São duas coisas completamente diferentes.
Prazer é a satisfação de ter seus desejos atendidos. Cada vez que você quer alguma coisa, cada vez que acha que algo deveria estar acontecendo, cada vez que acha que as coisas deveriam ser de determinada maneira e ‘por acaso’ elas são, a sua mente gera um estado emocional, um estado de espírito, de prazer. Isso não tem nada a ver com sexo.
O chamado prazer sexual é outra coisa. Vou tentar explicar isso.
O que você chama de prazer sexual é uma emoção, é uma energia. Essa energia é alcançada através da mente. É na mente que você vive, não vou chamar de prazer, mas o êxtase sexual.
A partir desse detalhe, temos que compreender uma coisa: sexo não é uma atividade física, ou seja, você não precisa ter um contato físico, seja de penetração ou não, para conseguir viver com essa energia sexual, para atingir o êxtase sexual. Ela pode ser atingida mesmo quando você não tem o contato físico. Esta é a primeira observação sobre o sexo.
Segunda: será que ter a vivencia desse êxtase sexual é danoso a sua espiritualidade? Eu diria que não. Vamos tentar entender.
Você não sabe, não vê, mas o seu perispírito é totalmente preenchido por energias, que são o que vocês chamam de emoção. Amor, raiva, ódio, amizade, camaradagem: tudo isso são energias que estão espalhadas pelo seu perispírito.
A energia sexual possui uma característica: ela é neutra. Ela não é nenhuma energia, vamos dizer, carregada de características espirituais nem humanas. Além disso, posso afirmar que ela tem uma propriedade: é capaz de amplificar, de aumentar as outras energias.
Sendo assim, o êxtase sexual, a vivência da energia sexual, não é positiva ou negativa, porque essa energia é neutra. Ela depende da energia com a qual você se junta quando está vivendo o êxtase sexual. Vou dar um exemplo para você entender melhor.
Se você está buscando um parceiro para atingir o êxtase sexual, para que você tenha o prazer do sexo, está sendo egoísta. Com isso, ao atingir o prazer sexual amplia o egoísmo dentro de você. Agora, se faz um ato sexual, com o parceiro ou parceira sintonizado no amor universal (amar ao próximo como a si mesmo e a Deus sobre todas as coisas), nesse caso, está amplificando esse amor em você, está aumentando em você esse amor.
Portanto, a energia sexual, a vivência da energia sexual em si não é problema. O problema surge quando você escolhe uma emoção para viver aquele momento. É ai que vem o grande problema. Como vocês não entendem que essa energia não precisa de contato físico e que deve ser vivida de uma forma espiritual, ou seja, amando a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, acabam praticando o ato sexual de uma forma humana, egoísta, querendo o seu próprio prazer.
Respondendo-lhe, então, o ato sexual, primeiro não é só para a reprodução. É um momento de energização do espírito, assim como o passe, assim como uma meditação, assim como um banho de descarrego e outras coisas. Segundo: depende da forma como você participa desse acontecimento.
Aliás, sobre isso há um filme nesse mundo (Cocoon) que mostra o sexo sem contato físico. É um filme onde os extra terrestres ensinam a ter essa relação sem a necessidade do contato físico.

NÃO VIM TRAZER A PAZ, MAS A ESPADA




Não pensem que eu vim trazer paz ao mundo. Não vim trazer a paz, mas a espada. Eu vim para pôr os filhos contra os pais, as filhas contra as mães e as noras contra as sogras. E assim os piores inimigos de uma pessoa serão os seus próprios parentes. (Mateus 10. 34 a 36)

Por incrível que pareça, o arauto do amor não veio trazer a paz, mas a discórdia. Por quê?
Participante: porque na discórdia você pode levar o amor.
Porque só havendo discórdia você pode alcançar a paz.
Quando não há discórdia, não há paz, aceitação. A similitude de pensamentos não é paz; apenas mostra que as armas (as posses, paixões e desejos) são as mesmas. Por isso não há paz.
Paz é não ter arma. Isso só pode acontecer quando houver discórdia e você não usar o que pensa para atacar o outro. Aí a paz existe.
‘Eu não vou com a sua, mas lhe dou o direito de ter a cara que tem. Por isso, jamais vou criticar a sua cara’. Nesse momento estamos em paz. Agora, se começo a dizer o que está errado na sua cara, não vou ter paz. Também se gosto dela, não tenho paz: me mantenho em êxtase por ter conseguido achar alguém com a cara que gosta.
É isso que vocês precisam entender A discórdia, diferença de opinião é necessária para o trabalho da felicidade. Mas para que a paz, surja, além de haver a discórdia, é preciso que o ser se negue a usar as armas que tem.
Sabe, vocês ficam procurando pessoas iguais, que têm a mesma opinião, achando que com isso encontram a paz. Isso é ilusão! As armas estão prontas, engatilhadas sem que tenham consciência disso, pois estão adormecidos pelo prazer de ter encontrado alguém que pensa igual. Assim, na hora que aparecer alguém pensando diferente, vão atirar.
É por isso que Cristo diz: eu não vim trazer a paz! Não vim para fazer vocês todos iguais. Vim para fazer cada um diferente do outro. Vim também para criar o mandamento do amor, pois quando todos se amarem haverá respeito pelas diferenças. Nesse momento a paz acontecerá em todos os cantos.

RAÇAS


Os árabes, judeus, asiáticos, europeus, americanos, etc., são todos espíritos oriundos da Luz e não raças diferentes. Afirmo isso porque Cristo ensinou: somos todos filhos de Deus. O preconceito das raças, portanto, não leva em conta esse ensinamento de Jesus, apesar de muitas raças se dizerem cristãs.
Todas as raças, nações ou povos são compostos por espíritos na carne que se originaram no mesmo local: a Luz. Elas não representam diferenças entre os espíritos, mas sim diferenças de missões, provas ou carmas de grupos de espíritos.
Cada raça do planeta representa um grupo de trabalho que os espíritos que ali encarnam tem que realizar. Por isso, o destino de cada uma delas é dirigida por Deus para o cumprimento do carma coletivo.
É isso que nos ensina o episódio da Torre de Babel descrito na Bíblia. Naquela construção, que objetivava chegar a Deus por meios materiais, grupos de espíritos tiveram participações diferentes. Uns estavam ali como planejadores, outros como trabalhadores, uns como meio de sobrevivência, outros por ideal. Não importa: todos contribuíram para desafiar a Deus, apesar de ter uma participação diferente na construção. É essa simbologia que mostra os diferentes carmas das raças.
As raças nasceram da confusão de línguas que Deus colocou nos seres humanos como descrito naquele episódio. Cada língua que deu originou uma raça que representa o carma a que foi exposto cada grupo de espíritos pela sua participação na construção.
Apesar das diferenças entre as raças, seus componentes não deixaram de ser espíritos oriundos da Luz, irmãos entre si. Possuem caminhos diferentes para alcançar a sua evolução, mas são todos oriundos da mesma Fonte.
Essa visão sobre as raças humanas acaba com o antissemitismo, o preconceito de cor, de raça, etc. Mas, para se chegar a essa conclusão é necessário abandonar a ideia de que as pessoas são seres humanos originados em determinadas regiões ou raças e se alcançar a visão de que todos são espíritos oriundos da Luz.

A ECOLOGIA E O AMOR AO PRÓXIMO





Participante: Falando em ecologia deixe-me então citar um exemplo. Estamos aqui em um espaço ecológico, dentro de uma reserva ecológica, onde é feito um trabalho de ensinar e conscientizar as pessoas a preservar a natureza. Aqui não é proibido fumar, mas é esperado que os fumantes respeitem a característica do lugar. Estou falando isso porque em nosso grupo hoje tem muitas pessoas que fumam e se observarmos os jardins à nossa volta estão cheios de guimbas de cigarro. Elas estão jogando a guimba do cigarro no chão sujando-o, enquanto que o nosso interesse neste lugar é conscientizar as pessoas para que elas aprendam a manter limpo o espaço da natureza.


Repare uma coisa: nesta sua afirmação você só falou de atos. Falou do cigarro fora do lugar, do ato de querer preservar, do ato do outro jogar, etc. Por isso, antes mesmo da sua pergunta deixei bem claro: nossos ensinamentos não avaliam atos, mas sim intenções...
Por isso, deixe-me perguntar-lhe: as pessoas, no seu ponto de vista, têm o direito de jogar o cigarro no jardim? Não. Mas, elas jogaram. E aí, elas estão certas ou erradas? Claro que isso vai depender do conceito de cada um: para você, elas estão erradas, mas será que para elas mesmas, elas acham que estão? Não, pois se elas achassem errado jogarem cigarros ali, elas não jogariam...
Mas, por que você acha errado jogar cigarro ali? Porque você tem a cultura ecológica. Será que eles são obrigados a terem também? Será que elas não têm o direito de ter uma cultura diferente da sua? Será que elas não têm o direito de acreditar em algo diferente do que você acredita?
Repare: não estou dizendo que é certo ou errado jogar o cigarro no meio do jardim. O que estou dizendo é que cada um tem o direito de ter como verdade a informação que quiser, mesmo que aquilo que acredite como verdadeiro seja diferente do que você crê. Da mesma forma não estou dizendo que você está errada em reclamar delas pela sujeira que estão fazendo, porque isso também é ato. Você tem todo direito de reclamar de quem você quiser...
Eu não falo de ações, mas de trabalho mental. O que eu falo é de como você trabalha sua relação com sua mente que condena quem praticou determinado ato. Isso é importante de se observar, pois, quando se verifica o porquê a mente pensa determinada coisa, se encontra a intencionalidade com que está se vivenciando um ato.
Por que sua mente condena quem joga cigarro no meio do jardim? Porque ela quer ganhar, ou seja, fazer os outros seguirem a norma dela, ao invés de exercerem o livre arbítrio: acreditar naquilo que quiserem. Você tem o direito de querer preservar, de achar certo buscar a preservação, mas não tem o direito de querer que o outro também ache isso certo. Agindo dessa forma, na realidade, você quer ter o direito de escolher o que quiser para você, mas não quer dar este mesmo direito ao próximo.
Volto a repetir: eu não estou dizendo que eles estão certos por terem jogado, mas também não estão errados. Eles só cometeram algum erro no sentido da elevação espiritual se jogaram o cigarro presos a uma intencionalidade, ou seja, se acharam que tinham o direito de jogar, que fazer isso estava certo. O julgamento da elevação espiritual está sempre preso às intenções, ou seja, com que verdade você vivencia o acontecimento e não ao ato em si.
Para se vivenciar o ensinamento de Cristo – Deus julga a intenção de cada um – precisamos separar o ato, do trabalho mental. A ação em si não tem nada a ver com a intencionalidade com que se vivencia o acontecimento. Quantas vezes você acabou fazendo uma coisa quando tinha a intenção de fazer outra? Quantas vezes você já machucou quando a intenção era ajudar o outro? O ato não entra no momento do julgamento, porque ele acontece, muitas vezes, completamente diferente da intenção que se tinha no momento de praticá-lo.
Sendo isto verdade, posso dizer no caso presente que a pessoa que jogou o cigarro ali estava ‘errada’ se ao vivenciar este acontecimento achou que tinha o direito de jogar. Mas, isso não faz de você a certa, pois também está ‘errada’, no momento que se acha no direito de obrigar àquela pessoa a jogar o cigarro onde você acha certo ser jogado.
Sabe por que é ‘errado’, no sentido da elevação espiritual, prender-se aos certos que a mente cria para você? Porque está vivendo a intencionalidade primária da mente humana egoísta: vencer o outro. É esta intencionalidade que será julgada por Deus, como Cristo ensinou.
Todos os seres humanizados que participam de uma ação, são seres diferentes, mesmo que estejam interagindo num mesmo acontecimento. Cada ser, durante esta interação, precisa realizar o seu trabalho no sentido da elevação espiritual. Por isso, aquele que está vivendo ligado a uma mente que diz que não deveria se jogar o cigarro no chão, deve não aceitar esta exigência; quem está vivenciando ligado à mente que diz que pode ou não tem problema jogar, deve fazer o trabalho de que não tem este direito. Jogando ou não o cigarro no chão, este ser não deve aceitar que tem o direito de jogar.
Portanto, eu lhe dou um conselho: esqueça o cigarro, a floresta, a preservação e o achar que o chão está sujo. Se você quer realizar o trabalho da elevação espiritual, preocupe-se apenas em não vivenciar como certo aquilo que a mente diz que é certo e nem como errado aquilo que ela diz que é assim.
Tudo isso que lhe disse até agora está preso aos ensinamentos dos mestres, está ligado às escolas espiritualistas. Mas, deixe-me lhe mostrar por outro ângulo que também não há o menor problema de haver cigarros em meio a jardins: o cigarro faz parte da natureza...
Por favor, me digam uma coisa que não é natural, que não venha da natureza. Nenhuma coisa surge do nada. Qualquer coisa para existir precisa ter em si elementos da natureza. Sendo assim, os elementos que estão presentes no cigarro, mesmo os químicos, são elementos da natureza. Qual o problema deles serem devolvidos à sua origem?
O problema é que você acredita que as guimbas de cigarro são sujeira... Mais uma vez voltamos ao mesmo ponto: você e a mente.
Na verdade, é a mente que diz que guimba de cigarro é sujeira. Ou seja, foi uma informação externa que a mente tratou como verdade e você não interferiu neste momento. Quando isso acontece, você passa a viver a crença de que aquilo é verdadeiro. Aproveitando-se disso, a mente criará, então, a obrigação de atacar o outro para que ele se submeta a esta verdade e assim ela possa gerar uma vitória e o prazer.
Só tem uma coisa que você, apesar de se dizer cristã, não atentou: quando aceitou que o outro estava errado acabou de julgá-lo. Sim, o errado que a mente humana utiliza é a penalidade de um julgamento. Ela analisou a ação do próximo frente às verdades que ela mesma criou e determinou: ele está errado...
Mas, cristã, o que Cristo ensinou? Não julgues... Pela mesma motivação que julgares será julgado... Quando você diz que eles estão errados, se acha certa; quando alguém diz que você está errada, diz que eles é que estão errados... Ou seja, faz, mas não quer receber... Será que você nunca ouviu falar da lei da causa e efeito?
Mas, voltando ao nosso assunto, preservação da natureza, eu já tinha tocado neste ponto diversas vezes nesta conversa justamente para sair este assunto. Mesmo sabendo que estamos num espaço que proclama a preservação, diversas vezes toquei neste ponto para poder mostrar o que mostrei agora: o não se poder criticar quem não pratica a preservação. Não fiz isso com o sentido de atacar ninguém, mas para utilizar um exemplo que está vivo em nossa vivência neste momento para poder deixar o ensinamento: vocês têm todo o direito de quererem preservar este espaço, mas não podem exigir que os outros, obrigatoriamente, comunguem desta sua intenção.
Sabe por que fiz isso? Porque os perigos para aquele que quer buscar a elevação espiritual são muito grandes quando se aceita como certo aquilo que a mente cria. Um desses perigos, como já citei, é vivenciar a intencionalidade de ganhar do outro que a mente tem quando cria “um certo” e afirma que é válido se cobrar que os outros tenham a mesma crença. No entanto, há mais um perigo escondido aí...
A mente humana por característica é hipócrita, ou seja, ela ensina uma coisa, mas age de forma diferente do que ensina. A mente humana sempre adapta suas verdades (certos e errados) aos seus próprios interesses. Se para ela for interessante (satisfizer seus desejos), ela encontra logo justificativas para agir de forma diferente daquilo que prega. Se, como já disse, ao compactuar com ela, você, o ser universal humanizado, vive a intencionalidade de vencer o outro, também vivencia a hipocrisia que ela vive. Não acredita? Vou dar um exemplo da hipocrisia da mente que você vivencia...
Os ecologistas dizem que é preciso preservar a mata, não? Eles lutam por isso, não? Mas, para construírem uma casa para si mesmos, eles são capazes de desmatar terrenos... Um exemplo clássico é o espaço em que estamos...
Aqui, neste espaço edificado que estamos havia vegetação, não? Para se construir o espaço necessário para abrigar as pessoas que vêm aqui para aprender a conviver com a natureza foi preciso se desmatar, não foi? Nesta hora, o desmatamento foi bom, mas na hora que outro quer desmatar pelo motivo dele, aí é ruim...
Volto a repetir: não estou atacando ou acusando ninguém. O que quero é mostrar o funcionamento da mente para que você entenda que ela é por característica hipócrita e não se junte a hipocrisia dela.
Se quem jogou o cigarro no chão ofendeu a natureza, quem desmatou para construir este espaço edificado não o fez? Para esta pergunta, sei que a mente dos ecologistas terá milhares de justificativas para o que foi realizado, mas a realidade é que ofendeu a natureza e o fez porque quis fazer a casa neste lugar. Neste momento não se preocupou com a mata que teve que ser desbastada, mas apenas em satisfazer seus desejos.
Pura conveniência... Aliás, não poderia se esperar nada mais de um ser humano, pois a mente humana sempre adapta as verdades que ela crê aos seus desejos. Para satisfazer-se, a mente sempre cria justificativas para ferir suas próprias convicções...
Vocês já viram algum ambientalista que não se utilize em momento algum de um meio de transporte poluente (carro, ônibus, avião, etc.)? Vocês já viram algum naturalista que não more numa casa edificada? Será que ele não sabe que montanhas são desbastadas para poder retirar o cimento que foi utilizado para criar a casa? Apesar daquilo que diz acreditar, o ambientalista aceita utilizar o meio de transporte poluente se ele precisar locomover-se rapidamente ou em grandes distâncias e o naturalista acha justo que se desbaste montanhas para que ele tenha um local para abrigar-se.
Eles aceitam tudo quando o que é feito o beneficia, mas não aceitam de forma alguma quando beneficia outro. O ambientalista não aceita que os outros se utilizem de meios de transporte poluente por motivo algum; o naturalista não aceita eu se desbaste a montanha quando o cimento é para construir casa para os outros...
Mais uma vez repito: não estou acusando ninguém de nada; só estou querendo mostrar como a mente humana, por princípios inerentes a ela, trabalha. Ela aceita algo como verdade e certo quando pode ter satisfação com aquilo e diz que é errado aquilo que não pode lhe satisfazer.
À mente humana, pergunto: por acaso é você o juiz do mundo? É você que sabe tudo que pode ser feito? Para você, mente humana que se diz espiritualista, onde fica Deus nesta história? Como você se relaciona com Deus quando diz que sabe o que é certo ser feito a cada momento?
Você, mente, que sabe o que é certo e o que deve ser feito é aquela que quer ter os olhos abertos (saber o que está acontecendo) – no caso do cigarro, um sujar – e dizer se isso está certo (é bom) ou errado (mal). Você, ser universal que agora está ligado a esta mente humana, aceitando estas coisas mais uma vez estará sendo expulso do paraíso (afastando-se de Deus).
Este é um ensinamento que vale para todos os momentos e assuntos da vida humana. Aliás, quanto mais forte for a convicção de que a informação que a mente tem é verdadeira, maior é a aplicação deste ensinamento.
Sendo assim, pouco importa se o tema em discussão é a ecologia ou um debate sobre um assunto de menos importância: quanto mais o assunto for tratado como importante para a própria humanidade, maior será a tentação que a mente estará criando para ver se o ser universal, ora humanizado, vai compactuar com aquilo que ela diz que é certo ou não. Por isso, ser universal, concentre-se sempre na sua luta para não deixar-se envolver por ela, pois quando isso acontece você se afasta de Deus.

segunda-feira, 18 de março de 2019

RELIGIÕES E PROVAS


Participante: ganhei um panfleto das Testemunhas de Jeová, que começava falando que Deus criou tudo que existe na Terra. Mais abaixo chamava o catolicismo de religião falsa e dizia que Deus proibiu o Espiritismo. Por que o ser humanizado não percebe as contradições em suas palavras?

Porque perceber isso não está programado para o seu ego, porque não é prova prevista para ele. Também não vê porque esse panfleto é prova para ver se você vai criticar os evangélicos.

Participante: se Deus cria o espiritismo, pois cria tudo e depois o proíbe, o que é isso? Esquizofrenia?

Não.
Apesar de dizerem que Deus criou tudo, eles não acreditam que foi Deus que criou o espiritismo. Para eles foi o diabo.
É isso que eles pensam, são essas verdades que possuem. Só que elas são provas: para eles e para todos que têm notícias sobre isso. Portanto, quando recebeu e leu esse panfleto estava sendo provado para ver se sabe a verdade: eles estão errados.
Quem disse que você está certo? Quem disse que o certo não é ele? Não estou afirmando que o espiritismo é errado, também não estou afirmando que o evangélico é errado. Estou só concluindo uma coisa importante, que, aliás, é a única conclusão que pode tirar sobre qualquer coisa nessa vida: NÃO SEI!
Enquanto souber alguma coisa, tomou algum partido. Quem opta por um lado da questão, vive paixões. Quem tem paixões será contrariado algum dia e nesse momento sofrerá.
Além do mais, deixe-me dizer uma coisa: não é Deus que cria o espiritismo. Deus não cria o espiritismo e nem o evangelismo: cria provas, carmas. A prova do evangélico é o espirita, a prova do espírita é o evangélico. É assim porque as diferenças entre eles existe para ver se os espíritos na carne se amam acima das suas religiões.

Participante: continuando a questão dos evangélicos. Mas não se pode orientar os testemunhos de Jeová sem criticar, pois o texto traz contradições?

Orientar para quê? Para mostrar que você está certo? Meu Deus! Isso não é orientar ou ajudar, mas tentar dominar, subjugar. Posso até dizer que seja um estupro, pois ele não pediu para que você julgasse a religião dele.
Se ele pedir ajuda, orientação, você pode conversar e expor a sua posição. Isso é uma coisa. Agora, ir até ele e querer impor a sua verdade, postar-se a sua frente para dizer que as crenças dele estão erradas e que precisa mudar-se, é impor uma ditadura no relacionamento.
Moço, cada um tem o direito de ser, estar, fazer e acreditar no que quiser. Nós não podemos interferir nesse direito. Lembre-se que o seu direito acaba onde começa o dele. Não é o dele que precisa respeitar o seu. Para o cristão é ao contrário: o seu direito precisa respeitar o dele na integra.
O que está propondo é falta de caridade. É falta de humildade. É querer se mostrar como grande, sábio, como o perfeito, como o melhor. Será que nunca ouviu falar que o maior no reino da Terra será o menor no reino do céu?
Não, não faça isso: não ajude ninguém impondo o que imagina saber. 

Participante: mas foi o evangélico quem foi a minha casa.

Aí é outra coisa. Não foi isso que colocou na pergunta. Apesar disso, só essa ida não justifica o seu procedimento. 
Se o evangélico foi a sua casa pedir ajuda para aprender, é uma coisa. Agora, se foi fazer propaganda da religião dele, é outra. No primeiro caso você tem o direito de falar, mas não o de exigir que ele acredite. Se a ida aconteceu dentro da segunda opção, cale a boca e ouça o que o evangélico tem a dizer. Ouça ... Se ele foi fazer propaganda você não tem nada a ensinar. Na verdade, é ele que está ali para ensinar. 
A primeira coisa que todo mestre desenvolve é a capacidade de ouvir. Não para encontrar pontos para contrariar, mas para tomar a consciência da multiplicidade de opiniões que existem sobre um assunto. Só com essa consciência pode desenvolver a doação da razão.
Portanto, se ele foi a sua casa pedir ajuda, demonstrando interesse em conversar sobre um assunto, dê a sua opinião. Mas, se foi fazer propaganda e você viu erro nele e quis mudá-lo, isso é um ato de soberba.

APEGO AO APEGO


Participante: e quando você sente o apego por alguém e não consegue se libertar dele?

Ter um apego é ter uma emoção.
O que chamamos de emoção são os sentimentos que vocês nutrem pelas coisas do mundo. Não chamo de sentimentos porque sentir é uma atividade sem raciocínio e aquilo que imaginam sentir existe a partir de uma razão. Vocês amam, detestam, têm raiva de alguma coisa motivados por uma razão. Por isso o que estão sentindo não pode ser chamado de sentimento. É por isso que chamo de emoções.
Existem dois tipos de apegos: o mental, aquele que é formado a partir de uma razão e o que é sentido livre da razão. O primeiro é exposto através dos pensamentos que informam a existência do apego; o segundo existe quando você acredita que aquele pensamento é real.
O primeiro é a prova do espírito; o segundo é a impureza do ser. Falo assim porque ao sentir o segundo não agiu com neutralidade ao que foi proposto pela mente. Por isso o que precisa ser eliminado por aquele que quer alcançar a elevação espiritual é o segundo e não o primeiro.
Quem tem o apego que é denunciado pelo pensamento não é você, mas sim a personalidade humana que está ligado nessa etapa da sua existência eterna. Ter esse apego, na verdade, não é uma imperfeição, porque ele faz parte do sistema humano de vida. Ou seja, ele é a sua provação. Se não existisse, você não teria a sua provação e com isso não poderia alcançar a elevação espiritual.
A encarnação não é uma vida, mas sim uma etapa da existência eterna do espírito onde tem a oportunidade de realizar um trabalho, que se bem realizado, poderá levar à elevação espiritual. Por isso, a personalidade humana que caracteriza a existência de uma encarnação precisa funcionar a partir do sistema humano de vida. Se não funcionasse assim, você não teria provas e essa etapa de existência não teria sentido de existir.
Quem se ocupa em mudar o que a mente diz sentir, não entende que o que é dito é prova e não realidade. Não é porque sua mente diz que está apegado a alguma coisa que realmente está. Só estará quando se apegar ao pensamento que afirma existir um apego. Quem compreende isso age no sentido de se libertar do apego ao apego ao invés de agir querendo acabar com ele.
A luta buscando alcançar racionalmente o fim do apego demonstra o estar apegado a outra coisa: a informação de que é errado ter apego. Portanto, é fundamentada numa imperfeição também. Além disso, é infrutífera, pois se o pensamento é sua prova e se essa precisa existir para que a sua encarnação tenha sentido, espiritualmente falando, o pensamento não pode ser mudado.
Quando a sua mente disser que você está apegado a qualquer coisa, não se apegue a isso. Responda a ela: ‘quem está dizendo isso é você e não eu. Querendo estar, esteja; eu é que não vou me apegar a isso’.
Sem apegar-se a ideia de estar apegado, não viverá os efeitos do apego: o prazer de estar ao lado daquilo que é possuído e o pesar por não estar. Além disso, estará livre de ter que mudar o que o pensamento está afirmando. Com isso alcançou a harmonia com o seu mundo.
A perfeição, ou seja, conseguir viver harmonicamente com o seu mundo, consiste em conviver com qualquer coisa que a mente crie sem pactuar nem lutar contra o que é dito ou sentido pelo pensamento. Sempre que compactua ou luta se desarmoniza com o seu mundo, que é aquilo criado pela razão.
O verdadeiro sábio é aquele que nada sabe. Quem não tem nada que seja sabido não municia o egoísmo, pois não tem nada que precisa ser defendido. Qualquer coisa que seja sabida, ou seja, qualquer informação que seja tratada como verdadeira, servirá como munição ao egoísmo e com isso extinguirá a harmonia. Sendo assim, se souber que não pode ter apego, o seu egoísmo defenderá esse ponto de vista e o desarmonizará com o pensamento que diz que há um apego.
Querer trocar o que está vivendo, mesmo que existam ensinamentos dos mestres que digam que aquilo não deve ser vivido, é uma imperfeição do espírito. Por isso, viva desapegado do apego informado pelo pensamento ao invés de querer extingui-lo. Viva o título mãe que o pensamento confere à uma determinada mulher sem querer lutar contra essa ideia.
Não gere expectativas a partir dos ensinamentos dos mestres. Quem tem contato com qualquer ensinamento e o transforma num caminho que precisa ser seguido racionalmente gera para si uma expectativa. Ela, por estar ligada ao sistema humano de vida, se transforma em uma necessidade que precisa ser atendida. Por isso, serve como causa para a desarmonia coma vida.

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