Participante: ganhei um panfleto das Testemunhas de Jeová,
que começava falando que Deus criou tudo que existe na Terra. Mais abaixo
chamava o catolicismo de religião falsa e dizia que Deus proibiu o Espiritismo.
Por que o ser humanizado não percebe as contradições em suas palavras?
Porque perceber isso não está programado para o seu ego,
porque não é prova prevista para ele. Também não vê porque esse panfleto é
prova para ver se você vai criticar os evangélicos.
Participante: se Deus cria o espiritismo, pois cria tudo e
depois o proíbe, o que é isso? Esquizofrenia?
Não.
Apesar de dizerem que Deus criou tudo, eles não acreditam
que foi Deus que criou o espiritismo. Para eles foi o diabo.
É isso que eles pensam, são essas verdades que possuem. Só
que elas são provas: para eles e para todos que têm notícias sobre isso. Portanto,
quando recebeu e leu esse panfleto estava sendo provado para ver se sabe a
verdade: eles estão errados.
Quem disse que você está certo? Quem disse que o certo não é
ele? Não estou afirmando que o espiritismo é errado, também não estou afirmando
que o evangélico é errado. Estou só concluindo uma coisa importante, que,
aliás, é a única conclusão que pode tirar sobre qualquer coisa nessa vida: NÃO SEI!
Enquanto souber alguma coisa, tomou algum partido. Quem opta
por um lado da questão, vive paixões. Quem tem paixões será contrariado algum
dia e nesse momento sofrerá.
Além do mais, deixe-me dizer uma coisa: não é Deus que cria
o espiritismo. Deus não cria o espiritismo e nem o evangelismo: cria provas,
carmas. A prova do evangélico é o espirita, a prova do espírita é o evangélico.
É assim porque as diferenças entre eles existe para ver se os espíritos na
carne se amam acima das suas religiões.
Participante: continuando a questão dos evangélicos. Mas não
se pode orientar os testemunhos de Jeová sem criticar, pois o texto traz
contradições?
Orientar para quê? Para mostrar que você está certo? Meu
Deus! Isso não é orientar ou ajudar, mas tentar dominar, subjugar. Posso até
dizer que seja um estupro, pois ele não pediu para que você julgasse a religião
dele.
Se ele pedir ajuda, orientação, você pode conversar e expor
a sua posição. Isso é uma coisa. Agora, ir até ele e querer impor a sua
verdade, postar-se a sua frente para dizer que as crenças dele estão erradas e
que precisa mudar-se, é impor uma ditadura no relacionamento.
Moço, cada um tem o direito de ser, estar, fazer e acreditar
no que quiser. Nós não podemos interferir nesse direito. Lembre-se que o seu
direito acaba onde começa o dele. Não é o dele que precisa respeitar o seu.
Para o cristão é ao contrário: o seu direito precisa respeitar o dele na
integra.
O que está propondo é falta de caridade. É falta de
humildade. É querer se mostrar como grande, sábio, como o perfeito, como o
melhor. Será que nunca ouviu falar que o maior no reino da Terra será o menor
no reino do céu?
Não, não faça isso: não ajude ninguém impondo o que imagina
saber.
Participante: mas foi o evangélico quem foi a minha casa.
Aí é outra coisa. Não foi isso que colocou na pergunta.
Apesar disso, só essa ida não justifica o seu procedimento.
Se o evangélico foi a sua casa pedir ajuda para aprender, é
uma coisa. Agora, se foi fazer propaganda da religião dele, é outra. No
primeiro caso você tem o direito de falar, mas não o de exigir que ele
acredite. Se a ida aconteceu dentro da segunda opção, cale a boca e ouça o que
o evangélico tem a dizer. Ouça ... Se ele foi fazer propaganda você não tem
nada a ensinar. Na verdade, é ele que está ali para ensinar.
A primeira coisa que todo mestre desenvolve é a capacidade
de ouvir. Não para encontrar pontos para contrariar, mas para tomar a
consciência da multiplicidade de opiniões que existem sobre um assunto. Só com
essa consciência pode desenvolver a doação da razão.
Portanto, se ele foi a sua casa pedir ajuda, demonstrando
interesse em conversar sobre um assunto, dê a sua opinião. Mas, se foi fazer
propaganda e você viu erro nele e quis mudá-lo, isso é um ato de soberba.
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