Cristo continua ensinando no mesmo trecho que destacamos: Quem não é a meu favor é contra mim; e quem não me
ajuda a ajuntar está espalhando. Isso. O que quis dizer com isso?
Participante: Ele quis dizer que os fariseus estavam
dividindo ao invés de estarem juntos.
Mas, o que quis dizer com a afirmação ‘quem não é a meu
favor é contra mim’? Lembre-se que ele acabou de dizer que não se pode dividir
uma casa. Como agora afirma que há alguém contra?
Aí tem uma grande lição um grande ensinamento. Cristo não
está falando do reino de Deus, mas da forma como vocês vivem. Não é assim que
vivem?
Participante: sim. Quem não concorda comigo é meu inimigo.
Isso.
Ou seja, quando alguém faz o que eu quero, a aceito; quando
não faz, torna-se minha inimiga. É esse o ensinamento que está aí. Para vocês não
existe o meio termo: ou é a favor ou contra.
O ideal seria que conseguissem conviver com os outros dentro
do amor como já conversamos: dar ao próximo o direito de ser, estar e fazer o
que quiser. Mas, isso é impossível para a mente humana. Apesar disso, não pode
conviver com pessoas no meio termo: usando as pessoas no momento que
convêm.
É isso que Cristo está querendo dizer. A posição daquele que
que quer ser feliz deve ser a consciência de que quem não é a favor é contra.
Só que de acordo com o amor que ele ensinou, é preciso amar o inimigo.
Ou seja, o feliz precisa ser radical na rotulagem dos
outros, mas apesar disso deve respeitar, amar, o outro. Deve dar ao próximo o
direito de crer, ser, estar e fazer o que quiser, mesmo que seja diferente do
que ele acredita.
Por que é importante ter a consciência de que o outro é
contrário a você? Decepção
O ser se decepciona com outro porque você não tem a consciência
clara de que aquela pessoa é contrária às suas ideias. Por isso acha que em
determinado momento a pessoa vai fazer o que você quer, o que espera. Quando
não faz, vem a decepção.
É a mesma coisa do junta/espalha. Quem não ajuda a ajuntar
as coisas, espalha. Quem não ajuda a gerar uma determinada forma de vida ou atende
uma determinada expectativa, acaba espalhando. Então, não espere que o outro vá
lhe ajudar ajuntar nada.
É por isso que é necessário se ter a consciência de que o
outro é contrário a você. Só tendo essa consciência não gerará expectativas e
com isso não se decepcionará.
Participante: Jesus está acabando com a ideia de
neutralidade?
Não, porque ele nunca falou para você ficar neutro.
Ele fala de uma consciência necessária para amar. E, quando
se fala em amar de qualquer jeito, não há neutralidade. Amar é uma ação, um
agir sentimental. Se isso é real, quem ama não é neutro.
O que Cristo está falando é que você precisa ter a plena
consciência que aquele não é a seu favor e que por isso em algum momento vai
espalhar o que você está juntando. O resto é apenas conclusão da sua mente.
Participante: o que quero dizer é que ele afirma que se não
está a favor, necessariamente não está contra. Não tem o nem a favor e nem
contra?
Não. A favor ou contra algo é subjetivo. Isso existe, mas
não está ligado a esse trecho.
Na verdade, o que o mestre quer com esse ensinamento é que
você compreenda que precisa estar preparado naquela relação para que o outro
não faça o que quer ou espera dele. Que você esteja atento durante o
relacionamento e não entre nele como um bobo, despreparado para a
contrariedade.
O que Cristo ensina é que precisa amar e respeitar como já
conversamos, mas apesar disso estar prevenido para uma possível contrariedade,
pois na hora que você começar a juntar, o outro pode espalhar.
Participante: atento!
Atento, prevenido. Prevenido não para brigar, mas prevenido
emocionalmente para não sofrer.
Participante: você já falou sobre isso.
Já conversamos muito sobre isso. Aliás, tudo que conversamos
até hoje foi a partir dos ensinamentos da Bíblia e dos outros mestres. .
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