REVOLUÇÃO ANÁRQUICA ESPIRITUALISTA

Recentemente convidamos todos a participar de uma revolução anárquica espiritualista. Com isso nos tornamos responsáveis por todos aqueles que aceitarem o convite. Por isso precisamos ajudá-los na identificação dos alvos e na mira perfeita. Só assim eles poderão vencer essa batalha e viverem uma existência em paz, harmonia e felicidade

É isso que vamos fazer nesse blog. Em cada postagem um alvo e uma munição para vencer a batalha contra o mundo.


segunda-feira, 22 de julho de 2019

RESPEITE O DESRESPEITO


Participante: mas, se o outro não nos respeitar?

O que é o desrespeito ao outro? A defesa do seu direito. Isso é egoísmo puro...
Quando você vive um momento em que se sente desrespeitado pelo outro, na verdade está defendendo um direito seu. Aquela outra pessoa não está lhe desrespeitando, mas defendendo um direito dele que você atacou anteriormente, mesmo que este ataque não tenha sido verbalizado. Vou dar um exemplo para ficar mais claro...
Continuemos com o exemplo do copo. Digamos que você encarou como desrespeito o fato da pessoa colocar o copo em um determinado lugar. Mesmo que você não verbalize a crítica contra o lugar onde está o copo, o simples fato de pensar que ele agiu errado já se constitui um ataque ao direito dele. Não é preciso transformar em palavras a sua desarmonia: se você simplesmente não harmonizar-se com o momento mentalmente, está atacando o outro.

Participante: mas se eu mudar o lugar do copo como o senhor sugeriu não estarei desrespeitando-o?

Não... Para compreender o que estou dizendo precisamos relembrar algo que já comentei.
Vocês acreditam que a vida é a sucessão de minutos que se transformam em dias, horas, meses e anos. Mas, isso não é verdade. A vida dura apenas uma micro fração de tempo que chamamos de presente. Quando um presente acaba ele chama-se passado. O passado não existe, pois é um presente que já se acabou. Quando o presente ainda não chegou, ele se chama futuro e como ainda não está presente, ele também não existe.
A vida é apenas o momento presente. É nela que você tem que promover a sua reforma íntima, ou seja, é durante cada momento presente que deve buscar harmonizar-se com o que está acontecendo.
Sendo assim, no momento que você viu o copo num lugar está vivendo um presente: harmonize-se com o que está acontecendo. No momento em que pensar que deve colocar o copo em outro lugar, estará vivendo outro presente: harmonize-se com esse. Quando movimentar o copo estará em outro momento: harmonize-se com ele...
Isso é a reforma íntima: a vida foi correndo, os momentos se sucedendo e em cada um deles foi se harmonizando com o que está acontecendo.
Se no momento em que viu o copo achou que estava errado, você se desarmonizou. Se no momento em que decidiu mudar o lugar do copo o fez porque acha que ele vai ficar melhor no outro lugar, novamente não se harmonizou. Se no momento em que o colocou no novo lugar achar que agora ele está no lugar certo, desrespeitou o direito do outro e, por isso, não conseguiu a harmonia. Para viver harmonicamente com cada minuto do nosso exemplo, ao ver o copo fora do lugar deve apenas constatar o lugar que ele está naquele lugar; quando decidir mudar o lugar, deve apenas constatar esta vontade; quando o colocar no novo lugar, deve apenas observar que ele está agora em outro lugar.
Esta é a reforma que acontece a cada momento. Apenas mudando o copo de lugar ainda estaria sofrendo, pois ainda viveria com a idéia dele estar num lugar errado. Quando o transferisse de local continuaria a defesa de seus interesses porque estava transferindo-o porquê acha que isso é o certo que deve ser feito. Finalmente continuaria vivendo o prazer de ver o que você queria aconteceu. O mesmo pensamento se aplica à idéia de deixar o copo no lugar.
Entendeu a reforma? Para realizar a reforma íntima a sua preocupação não deve estar concentrada no que é feito pela ação, seja a sua ou a do próximo. A sua única preocupação deve ser evitar os motivos que o leve a vivenciar o prazer ou o pesar. Achar que o copo está fora do lugar o leva ao pesar, portanto não deixe seu conceito servir de parâmetro para avaliar o que está acontecendo. Achar que colocou o copo no lugar certo ou que foi certo deixá-lo onde está lhe leva ao prazer de ter feito o que quer.
Para se reformar, evite ver os acontecimentos desta forma. Ao invés de agir motivadamente, acha apenas por agir. Para isso elimine toda motivação que a mente criar para a ação, mesmo que ela seja a de fazer a reforma íntima.
Para poder se harmonizar com os acontecimentos do mundo é necessário que você esteja livre de qualquer motivação. Se ela existir, o prazer sempre estará presente quando ela for alcançada e o pesar quando não. Por isso Krishna afirma que um dos elementos necessários para se alcançar a evolução espiritual é não ter intencionalidades.
Se você ao me ouvir acredita que o certo é harmonizar-se com o mundo, certamente gerará a intenção de harmonizar-se. Com isso, quando conseguir o que viverá será o prazer de ter feito o que queria e com isso estará desarmonizado. Quando não conseguir, viverá o pesar e a dor da culpa de não fazer o que você acha que deveria ter feito. Novamente não se harmonizou.
Para que a harmonia exista é necessário que você viva todos os momentos da vida sem motivação. É constatar o que está acontecendo simplesmente e não ter um objetivo a ser alcançado a cada momento, mesmo que este objetivo seja colocar em prática aquilo que está ouvindo agora.
Você pode fazer o que quiser: a única coisa que não pode é deixar o que faz estar preso a um querer humano, ou seja, a um desejo de realização de ação. Se você passa a querer usar o egoísmo em favor de sua elevação espiritual, acabou de criar um conceito e quando conseguir praticar esta ação, viverá o prazer e não a equanimidade.
O segredo para colocar o egoísmo a favor da sua elevação espiritual está justamente em não transformar esta busca como uma obrigação, como um dever, algo certo de ser feito. Ela deve ser feita de forma espontânea e não como resultado de uma intenção. Por isso a sua pergunta que originou esta nossa conversa (devo fazer o que o outro quer) não está de acordo com o processo de reforma íntima.
Se você deixa o copo no lugar que ele está motivado em atender os interesses do outro, na verdade está fazendo por causa do seu novo interesse: alcançar a harmonia. Isso de nada adianta, porque ainda está defendo o que agora acha certo.

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