REVOLUÇÃO ANÁRQUICA ESPIRITUALISTA

Recentemente convidamos todos a participar de uma revolução anárquica espiritualista. Com isso nos tornamos responsáveis por todos aqueles que aceitarem o convite. Por isso precisamos ajudá-los na identificação dos alvos e na mira perfeita. Só assim eles poderão vencer essa batalha e viverem uma existência em paz, harmonia e felicidade

É isso que vamos fazer nesse blog. Em cada postagem um alvo e uma munição para vencer a batalha contra o mundo.


terça-feira, 16 de julho de 2019

ORGULHAR-SE DA CRUZ


Vejam com que letras grandes estou escrevendo com a minha própria mão. Os que querem se mostrar e se elogiar, esses é que estão forçando vocês a se circuncidar. Eles fazem isso somente para não serem perseguidos por causa da cruz de Cristo. Pois nem mesmo os que praticam a circuncisão obedecem à Lei. Porém eles querem que vocês se circuncidem para poderem se gabar de terem colocado esse sinal no corpo de vocês. Eu, porém, me orgulharei somente da cruz de Jesus Cristo, o nosso Senhor. Porque, por meio da cruz, o mundo está morto para mim, e eu estou morto para o mundo. Não faz nenhuma diferença se alguém é circuncidado ou não; o que importa é ser uma nova pessoa.


Paulo fala em “se orgulhar da cruz de Cristo”, mas o que será que quer dizer com isto. Este deve ser um aspecto importante para o apóstolo, pois ele é muito categórico com relação a isto. Vamos entendê-lo.
Orgulhar-se da cruz de Cristo é ter orgulho da situação negativa da sua vida. É se orgulhar de estar passando por situações difíceis, ou seja, de estar cumprindo o objetivo da encarnação: realizando suas provas.
É este orgulho que Paulo sente. O orgulho de ter sido agredido, caluniado. De, às vezes, não ter tido um grão de comida para comer, por exemplo.
Quando para você os momentos chamados de negativos forem um motivo de orgulho ao invés de sofrimento, quando eles lhe encher de felicidade por entender que Deus confia em você e, por isto, está lhe dando a oportunidade de elevação, só neste momento conseguirá entender a consciência amorosa que Paulo nos ensinou nesta carta.
Quando você compreender e se orgulhar da confiança que Deus está depositando em você, espírito, para poder lhe dar estas situações. Quando entender que esta confiança se baseia na compreensão que o Pai tem sobre a sua capacidade de passar por elas sem chorar, entenderá o que Paulo e eu quisemos dizer neste estudo.
Quando você se orgulhar de Deus estar tirando a sua comida porque acredita e confia em você, poderá, finalmente, libertar-se da sua humanidade e viver a sua espiritualidade.
É isto que Paulo está nos falando quando diz que devemos nos orgulhar da cruz de Cristo: se orgulhar das perseguições, dos xingamentos, de ser caluniado, do outro vencê-lo. E ele não está falando isto porque acha, mas porque compreendeu o ensinamento de Cristo nas Bem-Aventuranças.
No entanto, o apóstolo diz: eu tenho este orgulho porque para mim as coisas do mundo morreram. O que é as coisas do mundo morrerem para você?
É não ter mais paixões que precisem ser contentadas pelos desejos. Paixões que são geradas pela submissão a códigos de normas que determinam o “certo” e o “errado”. Quando isto ocorrer, você não estará mais vinculado às coisas do mundo, mesmo vivendo encarnado. Alcançando a consciência amorosa, as coisas do mundo não serão mais condicionamento à sua felicidade.
Na hora que isto for realidade, ou seja, quando você aprender a viver com o que tem sem desejar mais nada (e olhe que eu não estou falando apenas de objetos, mas de sentimentos, de razões, de tudo isto), neste momento viverá para o espírito e poderá, então se orgulhar da confiança que Deus deposita em você.
Isto não lhe levará ao fim da encarnação, mas com certeza transitará entre as coisas do mundo sem estar preso a elas. Este é um ensinamento de Krishna que diz que o sábio elevado transita entre as coisas sem prender-se a elas. E Paulo, o ecumênico porque entendeu a Cristo, está citando este ensinamento também.
Quando o apóstolo afirma que as coisas do mundo morreram para ele não está querendo dizer que aprendeu a viver sem comer, mas que não se prendeu ao saciar a fome para ser feliz. É isto que você precisa aprender (a não depender das coisas do mundo para ser feliz) e por isto Deus lhe dá as carências.
Veja bem uma grande contradição. O ser humanizado se acha tão inteligente, tão poderoso, mas se não houver um grão para alimentar-se não sabe como viver.
Imagine se Deus não produzir mais feijão e arroz, como o ser humanizado viverá? Não conseguiria. Então, que poder é este que o ser humanizado tem. Ele é prisioneiro, é escravo das coisas do mundo.
Observação: Uma história que narra esta dependência do homem de Deus e a pretenso poder e liberdade que ele imagina ter é a seguinte.
Conta-se que os cientistas, após descobrirem a clonagem humana, reuniram em uma conferência e chegaram à conclusão que não mais precisavam de Deus para nada, pois o último segredo havia caído. Decidiram, então, pedir que o Pai se afastasse da humanidade.
Mas, para isso seria preciso que alguém comunicasse a decisão a Deus. Ninguém se oferecia para tal empreitada até que um dos presentes se prontificou.
Ele então chegou até o Pai e disse: Senhor, a humanidade já conhece todos os segredos da Criação e, portanto, acha que não é mais preciso a Sua presença.
Deus ponderou e respondeu: está certo. Mas, como prova de consideração por todo este tempo que criei para vocês, será que me concedem uma última chance? Façamos uma disputa entre Eu e vocês. Se ganharem, me retirarei.
O cientista então quis saber que disputa e Deus disse: façamos um homem. Se fizerem mais rápido e mais perfeito que Eu, sumirei das vistas da humanidade.
Isto vai ser fácil, pensou o cientista acostumado a clonar seres humanos. Correu até o laboratório, pegou uma célula e voltou à presença do Pai. Estou pronto, disse ele.
Mas Deus contrapôs: com minha célula, não. Crie primeiro a sua.
E você acha este elemento inteligente e poderoso? Inteligente é libertar-se de tudo isto, não depender das coisas materiais, ou seja, saber viver feliz com ou sem os elementos materiais. Poderoso é aquele que compreende que apenas Deus cria e submete-se à Causa Primária sabendo que ela é oriunda de uma Justiça Perfeita e de um Amor Sublime.
Quando você liberta-se das coisas materiais prova a sua inteligência, porque foi diferente dos outros. Mas enquanto for igual a todos seres humanizados, ou seja, ser feliz quando ocorrer apenas o que acha “certo”, que contemple o que deseja, só está provando a sua fraqueza, a sua incapacidade de viver.
O homem tem medo do “fim do mundo” porque acha que neste tempo acabarão os elementos do mundo e não saberá viver sem eles. Mas, o espírito saberá. Aquele que viver para as coisas de Deus saberá viver e conviver com um mundo estéril de elementos materiais.
É eu acho que não vale muito a pena lutar para ser humano. Acho que seria muito mais lucrativo lutarmos para nos libertar da nossa humanidade, não acha?

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