REVOLUÇÃO ANÁRQUICA ESPIRITUALISTA

Recentemente convidamos todos a participar de uma revolução anárquica espiritualista. Com isso nos tornamos responsáveis por todos aqueles que aceitarem o convite. Por isso precisamos ajudá-los na identificação dos alvos e na mira perfeita. Só assim eles poderão vencer essa batalha e viverem uma existência em paz, harmonia e felicidade

É isso que vamos fazer nesse blog. Em cada postagem um alvo e uma munição para vencer a batalha contra o mundo.


terça-feira, 29 de outubro de 2019

DOR FÍSICA


Participante: sofri um acidente e estou sentindo uma dor terrível, mesmo com a ajuda de remédios fortes. O que posso fazer para não sofrer ou sofrer menos? Alguns mestres espirituais conseguiram eliminar sua identificação com o corpo e não sentir mais dor. Consigo fazer isso também? Caso positivo, como?

Você está sentindo uma dor? Sim, está. Isso é ponto pacífico. Outro detalhe: não há remédio que consiga tirar a dor? Não tem. Outro ponto pacífico. Alguns mestres conseguiram se libertar da prisão ao que o corpo sente? Sim, alguns mestres conseguiram. Mais um ponto pacífico


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A partir desses pontos pacíficos, pergunto: o que pode fazer nesse caso? Tem três opções: ser um mestre, criar um remédio que faça efeito ou aprender a sentir dor!
Veja, você tem a dor, o remédio não a tira e os mestres sabem como não sentir a dor. Portanto, ou aprende a ser um mestre ou aprende a conviver com a dor, já que o remédio não tira. Essas são suas duas únicas possibilidades.
O problema é que vocês sempre querem soluções que não existem! Querem, por exemplo, não sentir a dor como um mestre não sentiria. Para isso teria que passar anos se preparando, mas não fez. Agora quer que por mágica, sem esforço algum antes, possa fazer. É impossível.
Lembro uma vez que estávamos fazendo uma palestra e falei que o ser humano pode viver sem se alimentar, sem ingerir alimentos. Claro que nesse momento as pessoas gordas que queriam emagrecer disseram: ‘Como? Como um ser pode conseguir viver sem se alimentar? Preciso que me ensine isso...’
Respondi a elas dizendo: ‘conseguirão isso aprendendo a viver como espírito na carne’. Esperançosos de conseguir emagrecer sem esforço e rapidamente, os gordos insistiram: ‘como faz isso’? Dei, então, a fórmula: amando a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, ou seja, se libertando de tudo que é humano’.
É preciso fazer todo um trabalho de libertação da humanidade para chegar até onde os mestres. O primeiro é a libertação do lucro pessoal, ou seja, do querer emagrecer ou, como no seu caso, do querer parar de sentir dor. Enquanto quiser emagrecer ou parar de sentir dor, não vai aprender a viver sem comer alimentos ou sem ter a dor através do que os mestres fazem.
Isso aqueles que vivem como mestre entendem, mas vocês, seres que ainda estão humanizados, querem se libertar da dor utilizando-se do mesmo processo. No entanto, não querem ter todo o trabalho que eles tiveram para se libertar da dor. Isso é impossível.
Dá para perceber na sua pergunta a busca do lucro individual? Dá para perceber o egoísmo presente na sua proposição? Dá para perceber que quer ganhar sem merecer? Pois é, de graça não se consegue nada: para se ter algo nessa ou em outra vida é preciso merecer para receber.
Outro detalhe que talvez você não tenha levado em consideração: uma das coisas que os mestres fizeram para aprender a viver sem dor e que os levou a merecer não senti-la, foi aprender a conviver com a dor. Ou seja, só aprenderam a se libertar da dor, sentindo dor.
Eles passaram anos a fio sentindo dores, aprendendo a conviver com elas de uma forma que a dor não mais doesse. Você, no entanto, quer o mesmo resultado sem passar por esse processo. Quer ganhar sem trabalhar para merecer.
Esse é o aspecto que precisa ficar claro. Não tem jeito de se libertar da dor a não ser trabalhando em si a convivência com ela.
Como se convive libertando-se dela? ‘Está doendo. Está, e daí? O que posso fazer? Não adianta tomar remédio porque ele não acaba com ela’.
O trabalho é aprender a sentir dor sem valorizar o que está sentindo. Foi isso que os mestres tiveram que fazer para um dia conseguirem não sentir a dor.
‘A dor não passa sozinha, o que posso fazer? Está doendo, mas não vou me entregar a essa dor. Vou conviver com ela sem reclamar’.. Isso é aprender a conviver com a dor.
Aprender a conviver com a dor é tê-la, mas não se desesperar por causa disso. Tê-la sem querer que de uma forma mágica passe. É aprender a viver o inevitável sem querer fugir dele ou sem supervalorizá-lo.
É assim que vocês convivem com a dor? Não. Começam logo a reclamar dela, a aumentar os seus efeitos: ‘ai meu Deus que dor! Que dor horrível! Queria que isso acabasse! Isso não acaba! Eu estou me sentindo tão mal!’
Vocês reclamam da dor, ao invés de aprender a conviver com ela. Como querem conseguir o mesmo que os mestres conseguiram?
Lembro quando estávamos conversando no estudo ‘Em Busca da Felicidade’ falamos de dor física. Naquele momento expliquei que existem duas coisas: a dor e a dor da dor. Existe a doença e o sentir-se doente.
A única forma de conviver com a dor é tê-la sem deixa-la doer. É ter a dor sem entregar-se a ela. Ter uma doença sem se sentir doente é não se entregar a ela, apesar de tê-la.
Essa é a única forma que existe para parar de sentir dor: aprender a senti-la. Sentir dor sem se morrer de dor por causa disso.
A questão que você levanta me lembra uma história de Chico Xavier. Já que fala em mestres na sua pergunta posso usar esse exemplo.
Chico contou que estava num voo e o avião estava passando por muita turbulência. Ele os demais passageiros achavam que iam cair. Por isso todos gritavam.
Chico, como os outros, começou a gritar, a berrar com medo da morte. Num determinado momento viu Emanuel aparecendo e perguntando: ‘o que houve Chico?’ ‘O avião está caindo, você não está vendo’? Emanuel respondeu: ‘está, e daí’ ‘Chico: ‘e daí que vai todo mundo morrer!’ Emanuel: ‘está certo, você vai morrer, mas, por favor, morra com dignidade. Pare de gritar no meu ouvido’.
Posso utilizar essa mesma resposta para a sua pergunta: se está com dor e ainda não fez o trabalho que os mestres fizeram para não sentir e nem descobriu um remédio que faça efeito, sofra sua dor com dignidade. Quem sabe assim consiga um dia não senti-la.

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