Pelos ensinamentos de Cristo aprendemos que Deus não é um juiz, mas a Justiça: Ele não julga, mas promove o que é justo. Por causa dessa visão sobre o Senhor temos que entender que Sua lei não pode ser coercitiva. Foi isso que Cristo ensinou ao afirmar que não veio para quebrar a lei, mas para dar a ela o seu real sentido.
As religiões transformaram os ensinamentos dos mestres em
leis coercitivas, que devem ser seguidas a qualquer custo. No entanto, Cristo
nos pediu que as seguíssemos por amor ao Pai e não pelo temor da Sua Justiça.
Por isso, as leis de Deus não podem conter uma proibição.
Elas devem servir para levar à compreensão de como amar o próximo, ou seja, da
consciência do sofrimento que pode se causar ao não agir de determinada forma.
De nada adianta se decretar normas legais proibindo os atos de forma
coercitiva, pois enquanto não houver no espírito a consciência de que não deve
viver qualquer emoção que seja diferente do amor incondicional, essa lei será
quebrada.
Deus não quer que o espírito na carne sofra de maneira
alguma. Por isso não poderia exigir o cumprimento de uma lei à força. O Pai
espera que o filho alcance a consciência do não fazer por amor ao próximo. Isso
fica muito claro quando, mais uma vez, Jesus avisa: “se vocês soubessem o que as
Escrituras Sagradas querem dizer quando afirmam: Eu quero que sejam bondosos e
não que me ofereçam sacrifícios de animais, vocês não condenariam os que não
têm culpa”.
Aquele que mesmo não cumprindo a lei escrita, mas mantem a
sua alegria, não causa sofrimento a outros. Ele conserva a igualdade entre
todos e vive no amor universal. Por isso, não devem ser punidos pelos atos que
praticam, mesmo que o texto legal religioso contemple uma norma que não o
permita.
De nada adianta o espírito na carne oferecer seu sacrifício
(o desejo não contemplado), ou seja, não fazer apenas porque é proibido: ele
será considerado praticante do ato, espiritualmente falando, e por isso será
julgado. Aquele que cumpre o código legal pela coerção, mesmo não praticando o
ato, é tratado como tendo praticado.
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