No seu caso, você
lida com pessoas com doenças graves e nós não podemos prometer cura à ninguém.
Porquê? Porque o que cura não é o médium nem o trabalho espiritual, mas a fé de
cada um. ‘A sua fé lhe curou’, ensinou Cristo. Por isso não posso prometer cura
a ninguém.
A cura, é claro,
depende tanto da fé como quanto do livro da vida de alguém. Se não estiver
escrito, não haverá cura. No entanto, a fé pode ajudar a curar o sofrimento
pela doença. Nesse caso, a pessoa estará curada, mesmo tendo a doença.
Por isso, se uma
pessoa está doente, tenho que ajudá-la a estar em paz com a sua doença. Quanto
isso acontecer, não existe mais o mal, mesmo havendo a doença.
O importante é
sabermos que morrer todos vão. Uma hora ou outra, de um jeito de outro, todos
vão. Aliás, é a única coisa absoluta nesse mundo. O resto é tudo relativo.
Por isso o
problema não é ter uma doença, mas estar doente espiritualmente, ou seja,
sofrendo por ter uma doença. É essa a cura que Cristo promete. Já falamos disso
em outros estudos.
Por isso, o meu
recado à você é dizer: durante o trabalho sempre ficam pessoas esperando, antes
ou depois da intervenção; para esses faça um trabalho para ajuda-los a estar em
paz com a sua doença. Isso é a nossa parte no trabalho do grupo que você
pertence. Por isso, vamos fazer a festa do ano novo no final de setembro aí.
Nesse momento
quero ter uma reunião só com os trabalhadores justamente para mostrar primeiro
a importância do trabalho de passar a paz e segundo ajuda-los a dar essa paz.
Aliás, como estamos fazendo em São Carlos. É a mesma coisa.
Estou falando em
dar a paz independente da cura. Como se faz isso? Mostrando que a morte é
inevitável, seja por essa doença ou por outra. Por isso, é preciso que o ser
esteja em paz com a possibilidade de morrer. Esse é o segredo.
Dar paz a um
doente é colocá-lo em paz com a possibilidade de morrer. O doente não sofre por
causa da doença, mas por causa da possibilidade da morte.
Esse sofrimento
acontece porque ninguém convive com a possibilidade da morte diariamente.
Ninguém acorda com a ideia de que aquele pode ser seu último dia. Por isso se
esforce a viver aquele dia profundamente. Ninguém acorda assim. Por isso, esse
é o trabalho forte que precisa ser feito com os doentes: o trabalho de estar em
paz com a sua doença, com a sua possibilidade de morte.
Nenhum comentário:
Postar um comentário